FOLHA DE SP - 22/11
Do ponto de vista esportivo, já está tudo pronto para a Copa do Mundo de 2014. Nesta semana, com os resultados finais dos duelos de repescagem, definiram-se todas as 32 seleções que participarão do torneio no Brasil.
A composição dos oito grupos da primeira fase do Mundial será definida em sorteio que a Fifa promoverá no dia 6 de dezembro. A seleção brasileira enfim conhecerá o adversário da partida de abertura da Copa, que acontece em São Paulo no dia 12 de junho, e os rivais que poderão cruzar seu caminho.
Sob o ponto de vista de infraestrutura e logística, no entanto, há muito por fazer nesses menos de oito meses, a começar pelos estádios que receberão os jogos: das 12 arenas prometidas, apenas seis já foram entregues e testadas.
A realização da Copa das Confederações, que ocorreu em junho deste ano, deixou em evidência os principais gargalos do país para sediar eventos desse porte.
O maior deles está na área das telecomunicações. Em nenhuma das seis cidades-sede a telefonia móvel funcionou a contento. O acesso à internet nos estádios era sofrível - isso quando a conexão ocorria.
Teme-se que, na Copa de 2014, o país vivencie uma crise digital. Num mundo cada vez mais conectado, tal situação só pode ser associada a uma organização anacrônica ou inepta. Parece ser o segundo caso, já que dos R$ 45,7 milhões que deveriam ter sido investidos na modernização de estrutura em 2012, só 11,6% foram gastos.
Londres, sede dos Jogos Olímpicos de 2012, preparou-se muito melhor. Tinha, por exemplo, estrutura que comportava a transmissão de até 3.000 fotografias por segundo nos períodos de pico.
Mobilidade urbana é outra justificada preocupação. Muitas das obras prometidas estão atrasadas; algumas nem sequer serão entregues a tempo para a competição.
Durante a Copa das Confederações, o sistema de metrô e ônibus já foi insuficiente para atender à demanda - que certamente será muito maior no Mundial.
Permanece a dúvida, além disso, sobre a capacidade dos aeroportos para lidar com o deslocamento dos turistas por todo o país - as sedes estão espalhadas de Porto Alegre, no Sul, a Manaus, no Norte.
É uma pena. Com a presença de todas as seleções campeãs do mundo, a competição está garantida dentro de campo. Mais um motivo para o Brasil fazer a sua parte como anfitrião da Copa.
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