Um velho general chinês dizia que, na arte da guerra, a melhor estratégia é neutralizar os possíveis adversários e tirá-los do campo de batalha. Pode ser que a presidente Dilma Rousseff nada tenha a ver com isso, mas é o que pode estar acontecendo com Marina Silva e José Serra. Os dois estão com um pé fora das eleições presidenciais de 2014.
Marina corre o risco de perder a legenda por um erro de cálculo político. Acredita que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de conceder registro ao Solidariedade e ao Pros é um sinal de que a Rede Sustentabilidade, o seu partido, também terá o registro aceito. É um cálculo temerário, pois a decisão em relação ao Solidariedade foi tomada por um voto, o do ministro Dias Toffoli. Nada garante que o mesmo placar se repita em relação à Rede, mesmo que o voto do ministro seja camarada. Marina diz que não tem plano B; os aliados preferem que ela procure outra sigla para concorrer.
O caso de Serra é mais ou menos parecido. Desde que a fusão do PPS com o PMN fez água, a possibilidade de o tucano deixar o ninho e se filiar ao antigo PCB se tornou mais difícil. O exíguo tempo de televisão e a fragilidade orgânica da legenda desanimam o ex-governador paulista, embora a vontade de concorrer à Presidência da República persista. Se ficar no PSDB, Serra estará praticamente fora da sucessão presidencial, pois a candidatura do senador Aécio Neves, que hoje preside o partido, está consolidada. Um cenário sem Marina e Serra, ou seja, com apenas três candidatos competitivos — Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos (PSB) — favorece a presidente da República. Para muitos analistas, seria um cenário de eleição decidida logo no primeiro turno.
Voltou
Após uma conversa com o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, o deputado Romário decidiu voltar à sigla. O ex-jogador assumirá o comando do diretório regional do PSB no Rio de Janeiro. O prefeito de Duque de Caxias (RJ), Alexandre Cardoso, desafeto do parlamentar fluminense, perdeu o comando da legenda porque apoia a reeleição da presidente Dilma Rousseff e a candidatura do peemedebista Luiz Fernando de Souza, o Pezão, vice-governador do Rio, ao governo estadual.
Dança das cadeiras// Ministra da Cultura, Marta Suplicy é o nome mais cotado para substituir Aloizio Mercadante no Ministério da Educação. Por causa da iminente saída de Gleisi Hoffmann da Casa Civil para disputar o governo do Paraná, Mercadante é o nome mais forte para esse cargo.
Diplomacia
Os chanceleres do Brasil, da Alemanha, do Japão e da Índia criticaram ontem, em Nova York, o atraso da reforma do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Os ministros das Relações Exteriores do Brasil, José Alberto Figueiredo (foto); da Alemanha, Guido Westerwelle; do Japão, Fumio Kishida; e da Índia, Salman Khurshid, querem ser membros permanentes no Conselho de Segurança, como são Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China. Hoje, mandam no colegiado as potências que venceram a Segunda Guerra Mundial. Alemanha e Japão perderam.
Sabatina
A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado aprovou ontem a indicação do ex-chanceler Antonio Patriota (foto) para o cargo de representante permanente do Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU). Após a sabatina na CRE, Patriota falou sobre as prioridades de seu trabalho na ONU. Durante o evento, Patriota disse que a “cortina da espionagem caiu”. Ou seja, não cola mais a desculpa apresentada pelo secretário de Estado norte-americano, John Kerry, de que o monitoramento feito pelos Estados Unidos nas comunicações visava combater terrorismo.
Capa preta
Morreu ontem, aos 79 anos, Givaldo Pereira de Siqueira, ex-integrante do antigo Comitê Central do PCB e secretário de Comunicação do PPS. Quadro histórico do antigo Partidão, foi um dos responsáveis pela retirada do país de alguns dirigentes que escaparam da morte durante o cerco policial de 1975, entre eles, Salomão Malina. Com câncer, estava internado no Hospital Copa D’Or, no Rio de Janeiro. Ele deixa a mulher, Júlia, e os filhos, Paulo e Isabela. O corpo será cremado hoje, no Cemitério do Caju.
Petróleo
A Petrobras e a IBV Brasil, uma joint venture indiana, avaliaram que o bloco marítimo de exploração SEAL-11, na Costa de Sergipe, pode ter 3 bilhões e barris de petróleo
Vão pagar/ O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse ontem que vai cumprir o que determina a lei para a devolução do excedente salarial recebido por 464 servidores da Casa com vencimentos superiores ao teto constitucional de R$ 28.059,29. Segundo o TCU, foram pagos mais de R$ 300 milhões a esses servidores nos últimos cinco anos, em valores não corrigidos.
Diretor/ A propósito, como antecipou a coluna, o novo diretor-geral do Senado é o advogado e economista Antônio Helder Medeiros Rebouças, do quadro de consultores de carreira da Casa. Ele ocupava a diretoria do Instituto Legislativo Brasileiro e substituirá Doris Marize Romariz Peixoto, que deixou o cargo alegando motivos pessoais.
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