CORREIO BRAZILIENSE - 31/08
Boas notícias andam raras na economia brasileira. Por isso mesmo, a divulgação pelo IBGE do Produto Interno Bruto do segundo trimestre serviu para dar um alívio à onda (justificada) de preocupação que vinha tomando conta dos mercados nas últimas semanas, marcadas pela escalada do dólar. O PIB veio acima das mais otimistas previsões: 1,5% em relação ao primeiro trimestre, quando o crescimento não passou de 0,6%.
Melhor: o desempenho não foi puxado por apenas um ou dois setores, mas espalhou-se por quase todos os segmentos da produção nacional. O número mais brilhante foi, desta vez, o da agropecuária, com crescimento de 3,9% sobre o trimestre anterior. A indústria cresceu 2%, o que não deixa de ser boa surpresa, já que nem os industriais esperavam mais do que 1,5%.
A indústria, aliás, foi o setor que mais contribuiu para a dispersão positiva do crescimento, já que os principais subsetores tiveram bom desempenho. A construção civil liderou a expansão setorial, com expansão de 3,8% sobre o trimestre anterior. A indústria de transformação apresentou aumento do volume do valor adicionado de 1,7%. A produção de máquinas e equipamentos, produtos de borracha e plástico somou-se a mais um bom desempenho da indústria automotiva, especialmente no segmento de caminhões.
Em seguida vieram a indústria extrativa mineral (1,0%), eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,8%). O setor de serviços também surpreendeu. A maioria dos analistas estimava em 0,4% a expansão do setor, mas ele cresceu o dobro, 0,8%, pesando no total, já que os serviços, especialmente o comércio (que cresceu 1,7% no trimestre), respondem por 60% do PIB do lado da produção.
Não menos animadora foi a sinalização de que os investimentos saíram da estagnação. Medidos pela formação bruta de capital fixo, eles cresceram 3,6% no trimestre. Esse é o item que mais depende do ânimo e melhor reflete a disposição dos agentes econômicos de investir em seus próprios negócios.
Mas o desempenho do segundo trimestre ainda não autoriza a contar com a manutenção dessa expansão no terceiro e no quarto. É claro que cabe ao governo o papel de disseminar otimismo. Mas a análise mais prudente evita anualizar para frente o resultado do trimestre, preferindo observar a acumulação dos últimos 12 meses, de apenas 1,9%.
O salto da agricultura deveu-se ao pico da comercialização de uma safra recorde de grãos, especialmente de soja e arroz. Isso não vai se repetir no terceiro trimestre, época em que se comercializam o café e a cana, ambos com preços deprimidos.
Ainda não se sabe quanto a alta recente do dólar e o aumento das taxas internas de juros vão afetar o consumo. Além disso, o crescimento permanece muito dependente dos investimentos que, apesar do aumento no trimestre, ainda são apenas 18,6% do PIB, muito abaixo dos 25% necessários para manter e ampliar o ritmo da atividade econômica e do nível de empregos.
Melhor: o desempenho não foi puxado por apenas um ou dois setores, mas espalhou-se por quase todos os segmentos da produção nacional. O número mais brilhante foi, desta vez, o da agropecuária, com crescimento de 3,9% sobre o trimestre anterior. A indústria cresceu 2%, o que não deixa de ser boa surpresa, já que nem os industriais esperavam mais do que 1,5%.
A indústria, aliás, foi o setor que mais contribuiu para a dispersão positiva do crescimento, já que os principais subsetores tiveram bom desempenho. A construção civil liderou a expansão setorial, com expansão de 3,8% sobre o trimestre anterior. A indústria de transformação apresentou aumento do volume do valor adicionado de 1,7%. A produção de máquinas e equipamentos, produtos de borracha e plástico somou-se a mais um bom desempenho da indústria automotiva, especialmente no segmento de caminhões.
Em seguida vieram a indústria extrativa mineral (1,0%), eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (0,8%). O setor de serviços também surpreendeu. A maioria dos analistas estimava em 0,4% a expansão do setor, mas ele cresceu o dobro, 0,8%, pesando no total, já que os serviços, especialmente o comércio (que cresceu 1,7% no trimestre), respondem por 60% do PIB do lado da produção.
Não menos animadora foi a sinalização de que os investimentos saíram da estagnação. Medidos pela formação bruta de capital fixo, eles cresceram 3,6% no trimestre. Esse é o item que mais depende do ânimo e melhor reflete a disposição dos agentes econômicos de investir em seus próprios negócios.
Mas o desempenho do segundo trimestre ainda não autoriza a contar com a manutenção dessa expansão no terceiro e no quarto. É claro que cabe ao governo o papel de disseminar otimismo. Mas a análise mais prudente evita anualizar para frente o resultado do trimestre, preferindo observar a acumulação dos últimos 12 meses, de apenas 1,9%.
O salto da agricultura deveu-se ao pico da comercialização de uma safra recorde de grãos, especialmente de soja e arroz. Isso não vai se repetir no terceiro trimestre, época em que se comercializam o café e a cana, ambos com preços deprimidos.
Ainda não se sabe quanto a alta recente do dólar e o aumento das taxas internas de juros vão afetar o consumo. Além disso, o crescimento permanece muito dependente dos investimentos que, apesar do aumento no trimestre, ainda são apenas 18,6% do PIB, muito abaixo dos 25% necessários para manter e ampliar o ritmo da atividade econômica e do nível de empregos.
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