FOLHA DE SP - 23/08
RIO DE JANEIRO - Há um novo formato de disco na praça: o "extended play" --um CD com quatro faixas, em vez das convencionais 12. Não era sem tempo. Até há pouco, quem comprasse um disco por causa de uma música era obrigado a engolir 11 contrapesos, que não lhe davam nenhum prazer e só faziam encarecer o produto. Com a internet, as pessoas ganharam a possibilidade de "baixar" apenas a música que lhes interessava --donde deixaram de comprar discos, e a indústria fonográfica foi para o buraco.
Nesse sentido, o CD "extended play" é uma boa ideia. Atende ao interesse de quem ainda gosta de discos "físicos" e se resume à faixa que interessa ao cliente, com, no máximo, três contrapesos. Aliás, o "extended play" é uma ideia tão boa que até já a tiveram antes --mais exatamente, em 1949, há 64 anos.
Era o que então se chamava de "45", porque rodava em 45 rpm, e não em 33 rpm, como os revolucionários álbuns "long-playing" --os LPs--, também recém-lançados pela Columbia. O "45", um mini-LP com quatro faixas, foi inventado pela RCA Victor para fazer frente ao monopólio da Columbia na rotação de 33. E chamou-se "extended play" porque comportava o dobro de música contida no antigo "single" em 78 rpm, com uma só gravação em cada lado.
O território dos "45" eram as vitrolas automáticas, chamadas "jukebox", onipresentes nos EUA. Daí aquele grande buraco no centro do disco --para comportar a largura do pino de tais máquinas. No Brasil, as "jukeboxes" nunca pegaram e, contornado o problema do monopólio, as gravadoras preferiram lançar os disquinhos em 33 rpm mesmo, chamados de "compactos duplos".
Os novos "extended plays" em CD custarão mais barato --afinal, suas despesas de produção são menores. Mas a maior vantagem é a de que suas oito músicas a menos farão um enorme bem à música brasileira.
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