terça-feira, agosto 20, 2013

A desordem como profissão - MIRO TEIXEIRA

O GLOBO - 20/08

As gangues que se infiltram nas saudáveis manifestações populares, para desqualificá- las, quase sempre trazem os rostos encobertos e espalham o medo ao incendiar, saquear e depredar o patrimônio das pessoas, equipamentos públicos pagos pelos impostos de todos nós e empreendimentos privados, além de semear a dúvida em novos investidores que trazem empregos e buscam lucro e paz.

Não sei o que pretendem, mas dá para ver o que conseguiram. O apoio de oitenta por cento da população aos protestos já tem espaço para o debate entre o exercício do direito de expressão nas ruas e o direito de ir e vir de outras pessoas que descrevem transtornos provocados pelos acontecimentos.

As reações se confundem ao misturar os protestos contra a falta de compostura de políticos, com o vandalismo que surfou no asfalto ao lado do cinismo de posicionamentos demagógicos assumidos como resposta à "voz das ruas".

Para separar as coisas, os protestos que reclamam em favor dos valores da República devem continuar, o direito de ir e vir deve ser assegurado e os vândalos devem ser reprimidos, presos e processados.

No ataque a pessoas indefesas, não temos vândalos. Temos simplesmente bandidos, a serviço de algo que não está desvendado e que precisa sê-lo. Parecem constituir uma espécie de milícia política, para neutralizar a simpatia popular pelas manifestações do Brasil 2013.

O vulto dos protestos tornou-se incômodo para autoridades e a ação dos delinquentes veio a calhar, paralisando-os pelo medo que estabelece alianças do povo com o poder, em nome da ordem, coisa do tipo "ruim comigo, pior sem mim". Mas isso passa.

Quando o sentimento pela democratização do Brasil ganhou a população, os radicais da ditadura planejaram um atentado que mataria centenas de pessoas no show de 1º de maio de 1981, no Riocentro, Rio de Janeiro. Aos comunistas seria atribuída a sabotagem, fracassada pela explosão de uma bomba no colo dos agentes encarregados de executá-la.

Dois anos depois, milhões de pessoas foram às ruas, na campanha pela eleição direta dos presidentes da República e militantes partidários, munidos de rádios, procuravam identificar provocadores infiltrados e isolá-los, com a colaboração maciça dos verdadeiros manifestantes. A ditadura caiu.

Com as tecnologias atuais, aos manifestantes torna-se mais fácil isolar os delinquentes, sem prejuízo do livre debate sobre o direito de ir e vir dos não manifestantes. Riocentro nunca mais.

Um comentário:

edson cubeiro disse...

MÁQUINA MORTÍFERA (ÔNIBUS NO RIO)
JULGAMENTO DO RECURSO TERMINA EMPATADO, O VOTO DE DESEMPATE SERÁ DADO NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA
I- ESTAMOS COMUNICANDO A TODOS QUE ACOMPANHAM NOSSA LUTA POR JUSTIÇA, QUE O JULGAMENTO DO RECURSO QUE FOI MARCADO PARA O DIA 17 DE SETEMBRO DE 2013 NA SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL, ONDE ESTIVEMOS PRESENTE, E FOI ADIADO PARA 01 DE OUTUBRO A PEDIDO DO RELATOR DES. JOSÉ MUINOS PINEIRO FILHO, PARA QUE O MESMO TIRASSE ALGUMAS DÚVIDAS, INCLUSIVE COM RELAÇÃO AO LOCAL DO ATROPELAMENTO ( TERMINAL DE EMBARQUE E DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS NO LARGO DA MISERICÓRDIA, AO LADO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO).

II- NO DIA 1 DE OUTUBRO, DATA REMARCADA PARA O JULGAMENTO, COMPARECEMOS NA SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL. O RELATOR DESEMBARGADOR JOSÉ MUINOS PINEIRO FILHO ANTES DE DAR SEU VOTO COMENTOU QUE ESTEVE NO TERMINAL DE EMBARQUE E DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS ONDE ACONTECEU O ATROPELAMENTO E CONSTATOU QUE ALI NÃO HÁ LOCAL PRÓPRIO PARA QUE AS PESSOAS ACESSEM AO TERMINAL COM SEGURANÇA, E QUE A BAGUNÇA DOS ÔNIBUS NO TERMINAL É VISIVEL E ASSUSTADORA, INCLUSIVE SE COMPROMETEU A ENCAMINHAR OFICIO PEDINDO A EXTINÇÃO DAQUELE TERMINAL, PARA QUE NÃO SE REPITA A TRAJÉDIA ACONTECIDA COM A ESTUDANTE DE 25 ANOS, MICHELLE CHAFFIN CUBEIRO, E OUTROS CASOS ANTERIORES. NO FINAL DE SEUS COMENTÁRIOS DEU O VOTO CONDENANDO O RÉU COM A PENA DE RECLUSÃO DE 2 ANOS E 8 MESES QUE PODERIAM SER CONVERTIDOS EM DOAÇÕES DE CESTAS BÁSICAS OU TRABALHO COMUNITÁRIO.

III- APÓS O VOTO DO RELATOR FOI DADA A PALAVRA AO REVISOR DES. JOÃO ZIRALDO MAIA QUE VOTOU A FAVOR DA ABSOLVIÇÃO DO RÉU.

IV- A SEGUIR FOI DADA A PALAVRA A DES. KÁTIA MARIA AMARAL JANGUTTA QUE ADIOU SEU VOTO POR ALEGAR ESTAR COM DÚVIDAS. O ADVOGADO DE ACUSAÇÃO PERGUNTOU A DESEMBARGADORA SE SERIA MARCADA DATA PARA DAR SEU VOTO E ELA RESPONDEU QUE SERÁ EM PAUTA.

V- NA PRÓXIMA TERÇA-FEIRA, DIA 08 DE OUTUBRO, ÀS 13H ESTAREMOS PRESENTE NA SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL NA EXPECTATIVA DE QUE A DESEMBARGADORA KÁTIA SE PRONUNCIE EM RELAÇÃO AO SEU VOTO. AINDA TEMOS ESPERANÇA DE QUE A JUSTIÇA SEJA FEITA.

VI- VAMOS INICIAR UM MOVIMENTO PARA A EXTINÇÃO DO TERMINAL DE EMBARQUE E DESEMBARQUE DE PASSAGEIROS LOCALIZADO NO LARGO DA MISERICÓRIA PARA QUE NÃO VENHA ACONTECER COM OUTRAS PESSOAS O QUE ACONTECEU COM NOSSA FILHA.

VII- ESTAMOS RETORNANDO AO RIO PARA PARTICIPAR ATIVAMENTE, POIS ESTA É A NOSSA MISSÃO. ESTAREMOS APOIANDO E PARTICIPANDO DO MOVIMENTO OCUPA CÂMARA RIO PELA SUSPENSÃO DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI) DOS ÔNIBUS, INSTALADA NA CÂMARA MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO PARA APURAR O ENVOLVIMENTO DOS EMPRESÁRIOS DE ÔNIBUS DO MUNICÍPIO COM O PODER PÚBLICO. E PEDIMOS AOS ORGANIZADORES DO MOVIMENTO QUE NOS PERMITAM ARMAR NOSSA BARRACA NA OCUPAÇÃO. POIS NÃO PODEMOS DEIXAR DE PARTICIPAR DESSA LUTA QUE É DE TODOS NÓS.

OBS: HOJE ESTAREMOS NA CANDELÁRIA APOIANDO A MANIFESTAÇÃO DOS PROFESSORES.

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CEL: 9122-9107