CORREIO BRAZILIENSE - 19/07
Muita gente continua se fazendo de desentendida sobre o que queriam os mais de 1 milhão de pessoas que saíram às ruas para protestar em junho. Será que é tão difícil entender? As principais reivindicações ficaram claras. Claríssimas. Cobravam educação, saúde e transporte público de qualidade. Condenaram a gastança com a Copa e apontaram o modelo de escolas, hospitais e transporte que esperam dos governantes: padrão Fifa. Ou seja: o mesmo dos estádios construídos para o Mundial.
A outra reivindicação, que pegou sobretudo o governo federal e o PT no contrapé, foi a exigência de ética na política. Um basta à ladroagem de dinheiro público, à impunidade e ao escárnio com a população que paga impostos e em troca não recebe serviços públicos de qualidade. A eleição, nas urnas, não é um cheque em branco como o que Lula disse que daria a Roberto Jefferson antes de o ex-aliado denunciar o escândalo do mensalão.
Desde a ascensão do PT até os dias atuais, os tempos mudaram. Quem ousa falar em honestidade logo é apontado como um pária, golpista, udenista, o diabo a quatro. "Quer identificar um direitista?", perguntam os blogueiros chapas-brancas de aluguel. "É só observar se ele fala em combate à corrupção ou defende algum tipo de lisura na vida política", dizem. Quem quer que ouse denunciar algum tipo de falcatrua, logo é vítima de fuzilamento sumário na internet e tachado de golpista.
A grande ironia é que o discurso do PT antes de chegar ao poder era quase monotemático. Só se falava contra a corrupção e em defesa da ética na política. Nada mais natural, pois, que seja o principal alvo das insatisfações nas ruas. Grande parte dos manifestantes são pessoas que se sentem traídas pelo partido. Até hoje esperam o prometido mea-culpa que, segundo Lula, o PT deve ao país pelas maracutaias de aloprados e mensaleiros.
Em vez da desculpa, veio o alinhamento ainda mais profundo com Collor, Renan, Sarney, Maluf, até o país chegar à situação atual. Apesar de o povo nas ruas ser claro em suas principais reivindicações, o PT ainda tenta se aproveitar da situação para propor uma reforma política que, se aprovada, tende a aumentar seu poder e a agravar a crise. A esperança de um novo Brasil, mais justo e mais ético, que emergiu com as manifestações nas ruas, corre o risco de acabar em pesadelo. Do jeito que a coisa vai, estamos mais para Venezuela do que para Dinamarca. Uma pena.
A outra reivindicação, que pegou sobretudo o governo federal e o PT no contrapé, foi a exigência de ética na política. Um basta à ladroagem de dinheiro público, à impunidade e ao escárnio com a população que paga impostos e em troca não recebe serviços públicos de qualidade. A eleição, nas urnas, não é um cheque em branco como o que Lula disse que daria a Roberto Jefferson antes de o ex-aliado denunciar o escândalo do mensalão.
Desde a ascensão do PT até os dias atuais, os tempos mudaram. Quem ousa falar em honestidade logo é apontado como um pária, golpista, udenista, o diabo a quatro. "Quer identificar um direitista?", perguntam os blogueiros chapas-brancas de aluguel. "É só observar se ele fala em combate à corrupção ou defende algum tipo de lisura na vida política", dizem. Quem quer que ouse denunciar algum tipo de falcatrua, logo é vítima de fuzilamento sumário na internet e tachado de golpista.
A grande ironia é que o discurso do PT antes de chegar ao poder era quase monotemático. Só se falava contra a corrupção e em defesa da ética na política. Nada mais natural, pois, que seja o principal alvo das insatisfações nas ruas. Grande parte dos manifestantes são pessoas que se sentem traídas pelo partido. Até hoje esperam o prometido mea-culpa que, segundo Lula, o PT deve ao país pelas maracutaias de aloprados e mensaleiros.
Em vez da desculpa, veio o alinhamento ainda mais profundo com Collor, Renan, Sarney, Maluf, até o país chegar à situação atual. Apesar de o povo nas ruas ser claro em suas principais reivindicações, o PT ainda tenta se aproveitar da situação para propor uma reforma política que, se aprovada, tende a aumentar seu poder e a agravar a crise. A esperança de um novo Brasil, mais justo e mais ético, que emergiu com as manifestações nas ruas, corre o risco de acabar em pesadelo. Do jeito que a coisa vai, estamos mais para Venezuela do que para Dinamarca. Uma pena.
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