FOLHA DE SP - 13/06
RIO DE JANEIRO - A cidade parou. Twitter, Facebook e torpedos estavam a mil no começo da noite de terça-feira. Trajetos feitos normalmente em 30 minutos demoravam mais de uma hora, distâncias de 8 km foram percorridas em quase duas horas. Ninguém entendia. Ninguém explicava. Havia ocorrido um acidente na avenida Brasil, a principal via que corta a cidade da zona norte à zona oeste, no início da tarde. Deu um nó. Para quem ia em qualquer direção.
O trânsito congestionado virou assunto cotidiano na boca dos cariocas. Com uma ponta de irritação: "Estamos virando São Paulo".
É no quesito mobilidade (urbana e aérea) que mora o perigo para os grandes eventos no Brasil.
A Copa das Confederações começa no fim de semana, em seis cidades. São poucos dias de competição, raros turistas de fora e, no caso do Rio, apenas três jogos realizados na cidade (dois deles no domingo).
Será menos do que um ensaio.
Até agora, o teste do Maracanã deu certo. Dentro e fora. Mas era tudo festa. O governo teme o único jogo que acontece às 16h de um dia de semana, apesar de um dos times ser o Taiti... A saída foi decretar feriado escolar no bairro e ponto facultativo.
Em meio a obras, o presidente da Anac diz que o Galeão está totalmente preparado para receber quem vier. Vamos negociar com são Pedro para o Santos Dumont não fechar.
Corremos também o risco sério de ficar "mudos". A quantidade de vezes que uma ligação de celular é interrompida impressiona. Cada operadora tem seus "pontos mudos" pela cidade. No Maracanã, a situação é pior. As empresas já se defendem antecipadamente: "Faltou tempo".
Talvez haja um paralelo entre a seleção em campo e o país em torno dela: desentrosados, alimentando dúvidas sobre sua eficiência e com a esperança de que, na última hora, a criatividade vença a desorganização.
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