A presidente Dilma fez um apelo ao Congresso para que aprove em tempo hábil a MP dos Portos, mas há gente na base criticando muito a atuação das ministras Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, e Ideli Salvatti, das Relações Institucionais. Elas, juntamente com a própria presidente, são conhecidas ironicamente no Congresso como "as meninas superpoderosas", um desenho animado americano.
Ao contrário de Florzinha, Lindinha e Docinho, no entanto, nossas três superpoderosas vêm perdendo seus poderes à medida que o tempo passa, e hoje há muito descontentamento entre os deputados com a negociação, e a própria presidente tem sido muito criticada como a principal responsável pela maneira autoritária como o Palácio do Planalto encaminhou ao Congresso essa e outras medidas.
Há a sensação generalizada de que a presidente Dilma não gosta de política, não recebe políticos, não entende as questões políticas e só quer submissão. Não entende, enfim, as necessidades de suas bases. Há por trás dessas críticas preconceitos de parte a parte, fora os erros de ação. O fato de três mulheres comandarem as ações políticas de um governo centralizador pelas características institucionais do país, mas, sobretudo, pelo estilo autoritário da própria Dilma Rousseff, faz com que floresçam num plenário machista reações de rejeição ao trio.
Por outro lado, há uma clara rejeição de Dilma à negociação política, ao disse me disse que caracteriza a ação de bastidores, aos vazamentos de conversas reservadas no gabinete do Palácio do Planalto, às especulações sobre as escolhas que fará para os tribunais superiores, coisas comuns na atividade política que tiram a presidente do sério. Além do fato de que ela e seu marqueteiro, João Santana, sabem que não gostar de política aumenta sua popularidade.
Por isso sua relação com os partidos da base, inclusive ou principalmente com o PT, é boa na aparência, mas sempre conflituosa. Este é um estranho caso em que um precisa do outro, embora ambos gostassem de não precisar. Dilma não tem saída, precisa da legenda do PT para disputar a Presidência da República. Houve tempo em que se imaginou que poderia vir a se utilizar do PDT, sua origem partidária na política do Rio Grande do Sul, quando seu ex-marido e grande confidente voltou a se filiar àquele partido.
O PT, por sua vez, tem no banco de reservas Lula, seu grande craque, como definiu certa vez o ministro Gilberto Carvalho, um homem de Lula que se movimenta cada vez com menos desembaraço no interior do governo. Mas, com a popularidade alta da presidente, e seu franco favoritismo à eleição de 2014, é difícil tirá-la do páreo. A não ser que a economia degringole a ponto de prejudicar sua imagem diante do eleitorado.
Um dos pontos mais delicados da relação atual entre PT e Dilma se refere à escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal que substituirá Ayres Britto, aposentado. Nunca um presidente da República demorou tanto para fazer escolhas. Balões de ensaios, nomes jogados à opinião pública, desfiles de currículos e guerras de bastidores. Quando os petistas achavam que haviam encontrado o substituto ideal na figura do tributarista Heleno Torres, indicado pelo ministro Ricardo Lewandowski, lá se foi a indicação por água abaixo devido ao vazamento da informação.
Vários sites petistas já se vangloriavam da escolha quando ela foi abortada. As pressões são muitas, pode ser até que ele volte à cena, mas até agora Dilma não se decidiu, para desgosto do PT. Outro ponto que chama a atenção, e vai agora botar em teste mais uma vez a coerência de Dilma, diz respeito à escolha do chefe do Ministério Público da União, o procurador-geral da República, substituto de Roberto Gurgel, vítima do ódio petista por sua atuação no julgamento do mensalão.
Lula inaugurou a praxe de escolher o mais votado das listas tríplices que lhe foram encaminhadas, e assim também procedeu Dilma na sua primeira oportunidade, quando Gurgel, um pouco antes, havia arquivado o inquérito do ex-ministro Antonio Palocci. Dilma escolherá o mais votado agora também ou optará por outro critério? Essas escolhas são cruciais para o PT, que pretende reverter as penas de seus principais líderes. Dilma não se meteu no julgamento do mensalão, apesar de ter sido instada a tanto por José Dirceu. Como agirá agora?
Ao contrário de Florzinha, Lindinha e Docinho, no entanto, nossas três superpoderosas vêm perdendo seus poderes à medida que o tempo passa, e hoje há muito descontentamento entre os deputados com a negociação, e a própria presidente tem sido muito criticada como a principal responsável pela maneira autoritária como o Palácio do Planalto encaminhou ao Congresso essa e outras medidas.
Há a sensação generalizada de que a presidente Dilma não gosta de política, não recebe políticos, não entende as questões políticas e só quer submissão. Não entende, enfim, as necessidades de suas bases. Há por trás dessas críticas preconceitos de parte a parte, fora os erros de ação. O fato de três mulheres comandarem as ações políticas de um governo centralizador pelas características institucionais do país, mas, sobretudo, pelo estilo autoritário da própria Dilma Rousseff, faz com que floresçam num plenário machista reações de rejeição ao trio.
Por outro lado, há uma clara rejeição de Dilma à negociação política, ao disse me disse que caracteriza a ação de bastidores, aos vazamentos de conversas reservadas no gabinete do Palácio do Planalto, às especulações sobre as escolhas que fará para os tribunais superiores, coisas comuns na atividade política que tiram a presidente do sério. Além do fato de que ela e seu marqueteiro, João Santana, sabem que não gostar de política aumenta sua popularidade.
Por isso sua relação com os partidos da base, inclusive ou principalmente com o PT, é boa na aparência, mas sempre conflituosa. Este é um estranho caso em que um precisa do outro, embora ambos gostassem de não precisar. Dilma não tem saída, precisa da legenda do PT para disputar a Presidência da República. Houve tempo em que se imaginou que poderia vir a se utilizar do PDT, sua origem partidária na política do Rio Grande do Sul, quando seu ex-marido e grande confidente voltou a se filiar àquele partido.
O PT, por sua vez, tem no banco de reservas Lula, seu grande craque, como definiu certa vez o ministro Gilberto Carvalho, um homem de Lula que se movimenta cada vez com menos desembaraço no interior do governo. Mas, com a popularidade alta da presidente, e seu franco favoritismo à eleição de 2014, é difícil tirá-la do páreo. A não ser que a economia degringole a ponto de prejudicar sua imagem diante do eleitorado.
Um dos pontos mais delicados da relação atual entre PT e Dilma se refere à escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal que substituirá Ayres Britto, aposentado. Nunca um presidente da República demorou tanto para fazer escolhas. Balões de ensaios, nomes jogados à opinião pública, desfiles de currículos e guerras de bastidores. Quando os petistas achavam que haviam encontrado o substituto ideal na figura do tributarista Heleno Torres, indicado pelo ministro Ricardo Lewandowski, lá se foi a indicação por água abaixo devido ao vazamento da informação.
Vários sites petistas já se vangloriavam da escolha quando ela foi abortada. As pressões são muitas, pode ser até que ele volte à cena, mas até agora Dilma não se decidiu, para desgosto do PT. Outro ponto que chama a atenção, e vai agora botar em teste mais uma vez a coerência de Dilma, diz respeito à escolha do chefe do Ministério Público da União, o procurador-geral da República, substituto de Roberto Gurgel, vítima do ódio petista por sua atuação no julgamento do mensalão.
Lula inaugurou a praxe de escolher o mais votado das listas tríplices que lhe foram encaminhadas, e assim também procedeu Dilma na sua primeira oportunidade, quando Gurgel, um pouco antes, havia arquivado o inquérito do ex-ministro Antonio Palocci. Dilma escolherá o mais votado agora também ou optará por outro critério? Essas escolhas são cruciais para o PT, que pretende reverter as penas de seus principais líderes. Dilma não se meteu no julgamento do mensalão, apesar de ter sido instada a tanto por José Dirceu. Como agirá agora?
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