O PSDB tentará a sorte fora da órbita paulista. Entretanto, se Serra quiser algum cargo na Comissão Executiva, o terá. Exceto a Presidência
Briga de líderes na Câmara (Anthony Garotinho versus Eduardo Cunha), julgamento dos recursos do mensalão, pressão sobre a base parlamentar para aprovar a MP dos Portos, que parece fadada ao fracasso. É tanta confusão na base governista que as mudanças na oposição ficaram no lusco-fusco. A menos de 15 dias da eleição de Aécio Neves para presidir o PSDB, o assunto parece estar restrito às instâncias partidárias, em que todo o cuidado tem sido pouco no sentido de evitar maiores atritos internos. Ao que tudo indica, depois do período de isolamento imposto ao ex-governador José Serra, agora virá a senha para agregar. Nos últimos dias, por exemplo, tem sido voz corrente entre os tucanos que Serra será atendido se pedir algum cargo na Comissão Executiva. Exceto, claro, a Presidência, reservada para Aécio, para dar a visibilidade e o comando dos movimentos partidários necessários à pré-campanha rumo a 2014.
O PSDB paulista, aliás, não tem muito do que reclamar no que se refere a lugares de peso para um partido de oposição. Hoje, os cargos de líder, tanto na Câmara quanto no Senado, estão nas mãos de São Paulo, representados pelo senador Aloysio Nunes Ferreira e pelo deputado Carlos Sampaio. Têm ainda a vice-presidência, com Alberto Goldman. O próprio governador, Geraldo Alckmin, colocou seu maior representante no Congresso como presidente do PSDB estadual, o que já é muito trabalho para acumular uma função na executiva nacional.
Para completar, os tucanos decidiram ainda que os cargos da comissão executiva devem ser entregues a quem esteja disposto a se dedicar com afinco à construção da plataforma alternativa ao governo para as eleições do ano que vem. Portanto, isso tira de cena os atuais secretários de estados governados pelo PSDB e também os governadores, uma vez que eles não teriam tempo de se aprofundar nesse trabalho. Todo esse cenário, avaliam alguns, pode tornar "natural" que a secretaria-geral fique para outro estado que não o mais rico do país. A não ser, é claro, que Serra deseje o cargo, de forma a sinalizar a sua permanência no PSDB, acabando com o suspense que circunda seus movimentos hoje. Serra, entretanto, tem até setembro para decidir o que fazer e, diz o ditado, quem tem tempo não tem pressa.
Ainda que Serra acerte o ingresso em algum cargo de destaque na executiva nacional tucana, o fato é que a convenção do próximo sábado marcará a passagem de bastão, dentro do PSDB, de uma geração que teve seu destaque no governo Fernando Henrique para outra que até então era preterida em nome dos anseios de São Paulo, o grande berço dos tucanos. Aos poucos, o partido deixa de ser uma legenda de hegemonia paulista para se espalhar em outros estados. Até porque, depois da derrota de Serra para o desconhecido ex-ministro da Educação Fernando Haddad, o fantasma do "desgaste de material" passou a assombrar o PSDB estadual e nacional, dando ao partido a certeza de que é preciso investir em outras praças, enquanto os paulistas devem dedicar todos os esforços a manter a cidadela sob a bandeira tucana.
Enquanto isso, na casa de Dilma.
Uma das estratégias do PSDB para ampliar a base em outros estados é buscar os aliados do governo. Está cada vez mais claro que a base de Dilma não se sustentará do mesmo tamanho, em especial depois do programa do partido exibido na última quinta-feira. Muitos deputados e senadores que se esforçam para ajudar o governo perceberam ali que Dilma não é mais nem a mãe do PAC. Apostam que mãe mesmo, ela só é do PT. Em nenhum momento do programa partidário os petistas partilharam as conquistas propagandeadas com os partidos que ajudaram a eleger Dilma. Nem um mísero agradecimento. Tudo ali na telinha foi apresentado como obra de Lula, de Dilma e do PT, com um desfile de todos os ministros, entre os quais muitos potenciais candidatos a governadores.
E, entre os políticos, há a clara sensação de que os petistas vão jogar tudo apenas para eles mesmos em 2014. Para muitos, foi esse o recado que ficou do programa da quinta-feira, sobre os 10 anos de governo. Fazendo um paralelo com o Dia das Mães, o programa fez com que muitos aliados se sentissem como aquele sujeito convidado para morar na casa da tia. Ele chega com mil promessas de tratamento igual aos filhos dela. Passado o período inicial, o tal sujeito termina meio deslocado, ficando com o bife menor na hora do almoço, o pior travesseiro e as roupas surradas. Com o passar do tempo, o "afilhado" em questão começa a passar mais tempo na casa do vizinho do que na companhia da tia de seus filhos. E na vizinhança, por enquanto, líquido e certo mesmo, só Aécio Neves, o único pré-candidato ao Planalto que já disse estar à disposição para enfrentar esse desafio. Os demais ainda em processo de construção.
E o Dia das Mães.
Há um ano, aproveitei a data para mandar aqui uma cartinha para dona Dilma Jane, pedindo mais estrutura para o Coaf, o órgão que faz o pente-fino na movimentação financeira de grandes volumes, dando auxílio inestimável às investigações para combater a corrupção. Os apelos continuam valendo. Feliz Dia das Mães a todos!
O PSDB paulista, aliás, não tem muito do que reclamar no que se refere a lugares de peso para um partido de oposição. Hoje, os cargos de líder, tanto na Câmara quanto no Senado, estão nas mãos de São Paulo, representados pelo senador Aloysio Nunes Ferreira e pelo deputado Carlos Sampaio. Têm ainda a vice-presidência, com Alberto Goldman. O próprio governador, Geraldo Alckmin, colocou seu maior representante no Congresso como presidente do PSDB estadual, o que já é muito trabalho para acumular uma função na executiva nacional.
Para completar, os tucanos decidiram ainda que os cargos da comissão executiva devem ser entregues a quem esteja disposto a se dedicar com afinco à construção da plataforma alternativa ao governo para as eleições do ano que vem. Portanto, isso tira de cena os atuais secretários de estados governados pelo PSDB e também os governadores, uma vez que eles não teriam tempo de se aprofundar nesse trabalho. Todo esse cenário, avaliam alguns, pode tornar "natural" que a secretaria-geral fique para outro estado que não o mais rico do país. A não ser, é claro, que Serra deseje o cargo, de forma a sinalizar a sua permanência no PSDB, acabando com o suspense que circunda seus movimentos hoje. Serra, entretanto, tem até setembro para decidir o que fazer e, diz o ditado, quem tem tempo não tem pressa.
Ainda que Serra acerte o ingresso em algum cargo de destaque na executiva nacional tucana, o fato é que a convenção do próximo sábado marcará a passagem de bastão, dentro do PSDB, de uma geração que teve seu destaque no governo Fernando Henrique para outra que até então era preterida em nome dos anseios de São Paulo, o grande berço dos tucanos. Aos poucos, o partido deixa de ser uma legenda de hegemonia paulista para se espalhar em outros estados. Até porque, depois da derrota de Serra para o desconhecido ex-ministro da Educação Fernando Haddad, o fantasma do "desgaste de material" passou a assombrar o PSDB estadual e nacional, dando ao partido a certeza de que é preciso investir em outras praças, enquanto os paulistas devem dedicar todos os esforços a manter a cidadela sob a bandeira tucana.
Enquanto isso, na casa de Dilma.
Uma das estratégias do PSDB para ampliar a base em outros estados é buscar os aliados do governo. Está cada vez mais claro que a base de Dilma não se sustentará do mesmo tamanho, em especial depois do programa do partido exibido na última quinta-feira. Muitos deputados e senadores que se esforçam para ajudar o governo perceberam ali que Dilma não é mais nem a mãe do PAC. Apostam que mãe mesmo, ela só é do PT. Em nenhum momento do programa partidário os petistas partilharam as conquistas propagandeadas com os partidos que ajudaram a eleger Dilma. Nem um mísero agradecimento. Tudo ali na telinha foi apresentado como obra de Lula, de Dilma e do PT, com um desfile de todos os ministros, entre os quais muitos potenciais candidatos a governadores.
E, entre os políticos, há a clara sensação de que os petistas vão jogar tudo apenas para eles mesmos em 2014. Para muitos, foi esse o recado que ficou do programa da quinta-feira, sobre os 10 anos de governo. Fazendo um paralelo com o Dia das Mães, o programa fez com que muitos aliados se sentissem como aquele sujeito convidado para morar na casa da tia. Ele chega com mil promessas de tratamento igual aos filhos dela. Passado o período inicial, o tal sujeito termina meio deslocado, ficando com o bife menor na hora do almoço, o pior travesseiro e as roupas surradas. Com o passar do tempo, o "afilhado" em questão começa a passar mais tempo na casa do vizinho do que na companhia da tia de seus filhos. E na vizinhança, por enquanto, líquido e certo mesmo, só Aécio Neves, o único pré-candidato ao Planalto que já disse estar à disposição para enfrentar esse desafio. Os demais ainda em processo de construção.
E o Dia das Mães.
Há um ano, aproveitei a data para mandar aqui uma cartinha para dona Dilma Jane, pedindo mais estrutura para o Coaf, o órgão que faz o pente-fino na movimentação financeira de grandes volumes, dando auxílio inestimável às investigações para combater a corrupção. Os apelos continuam valendo. Feliz Dia das Mães a todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário