FOLHA DE SP - 19/05
Não foram surpresas as ausências de Ronaldinho e Kaká. Surpreendente foi Ramires ficar fora
Não fiquei surpreso com a ausência de Ronaldinho na lista para a Copa das Confederações. Foi mais por motivos técnicos que disciplinares. A convocação não foi também para a Copa do Mundo.
Ronaldinho atuou muito mal nos dois jogos com Felipão. Além disso, Neymar, Oscar e Lucas precisam jogar mais e juntos, para evoluírem. Eles são a grande esperança de o Brasil ter na Copa uma equipe muito melhor do que a atual.
Surpreendente foi a ausência de Ramires. Não foi também por indisciplina. Ele não é um volante excepcional, mas não pode ficar fora de um grupo que tem Fernando, Luiz Gustavo e Hernanes. Faltou também Tardelli, como opção de centroavante. Ele é artilheiro, habilidoso e facilita bastante para os companheiros. Sua chegada foi fundamental para o crescimento do Atlético-MG.
A convocação de 11 jogadores que atuam no Brasil é decorrente da manutenção e contratação de melhores atletas, do pouco número de brasileiros nas principais equipes da Europa e da tentativa de cativar e de criar um forte laço afetivo com a torcida. O slogan do governo para a Copa: "Pátria de chuteiras", aliás, nada original, possui o mesmo objetivo.
Das equipes brasileiras, só restaram, na Libertadores, Atlético-MG e Fluminense. O Corinthians, bastante prejudicado pela arbitragem, ficou fora. É muito mais difícil ser bi que ser campeão. As contratações de Pato e de Renato Augusto tinham o objetivo de dar mais qualidade ofensiva, de o time não depender tanto de vitórias por um gol de diferença, não deram certo até agora.
Renato Augusto está contundido, e Pato, mais uma vez, mostrou que é mais famoso do que joga.
O mesmo raciocínio, porém, em um nível muito mais alto, ocorre com Neymar. Antes de brilhar contra as melhores equipes do mundo, ele já é um dos mais famosos e bem pagos jogadores do planeta, personagem de revista em quadrinhos, além de ter todos os trejeitos e idiotices das grandes estrelas.
A melhor solução, para o craque e para o ser humano, será jogar ao lado de grandes craques, que tenham outro comportamento, como Messi, Xavi e Iniesta. Hoje, pode ser sua despedida.
O Atlético-MG não é um time moderno nem antigo. Não segue a moda nem é convencional. A equipe não possui um volante habilidoso, que marca e ataca, nem se preocupa demais com a troca de passes e a posse de bola, desejos dos grandes times do mundo. O Galo utiliza muito, com sucesso, os chutões para o grandalhão Jô e as jogadas aéreas, práticas pouco comuns nas principais equipes europeias.
O Atlético-MG é uma mistura de estilos. Mostra que é possível ganhar e jogar bem de outras maneiras.
Cuca não inventa nem copia. Faz do seu jeito, além de conhecer profundamente os detalhes e o que é essencial.
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