O Estado de S. Paulo - 28/12
Com um comércio internacional reduzido, em parte por falta de uma política para essa área, o Brasil tem um superávit na balança comercial muito concentrado e que vem se reduzindo nos últimos anos.
De fato, o superávit da balança comercial, que chegou a US$ 25,99 bilhões nos 11 primeiros meses de 2011, caiu neste ano para US$ 17,1 bilhões, uma redução de 33,9%, com as exportações acusando queda de 4,7% e as importações, de apenas 1,1%.
O que importa são o número reduzido de países com os quais temos superávit e, mais ainda, a tendência que se verifica de redução do superávit. No ano passado, o maior superávit foi com a América Latina e o Caribe, de US$ 17,2 bilhões, que caiu neste ano para US$ 11,3 bilhões, um recuo de 35,4%. No Mercosul, que deveria ser a área de maior vigor do nosso comércio, houve queda de 55,9% do superávit, e a maior responsável é a Argentina, onde a queda do superávit brasileiro foi de 66,6%.
É bem conhecida a política protecionista argentina, que nosso governo aceita pacificamente, desconsiderando a redução de 21,2% de nossas exportações para este país. Enquanto a Argentina conta com mais de 50% das nossas exportações para os países do Mercosul, o México tem uma participação insignificante nas exportações do Brasil, embora o crescimento do seu PIB seja muito superior ao do nosso.
A participação dos países asiáticos no nosso comércio externo é importante, apesar do nosso superávit com eles ter caído 17,2%, por causa da queda do superávit com a China, em grande parte em razão do preço do minério que se reduziu em 36,6%.
Infelizmente, exportamos para este país apenas commodities, enquanto importamos da China produtos manufaturados.
Não há dúvida de que, atualmente, nossos mais dinâmicos parceiros são países subdesenvolvidos e emergentes. O que nos falta é poder oferecer- lhes produtos manufaturados mais sofisticados e de maior densidade tecnológica. Naturalmente, não podemos condenar o protecionismo quando estamos exportando e praticá-lo quando importamos. Uma maior abertura de nossa economia seguramente permitiria um aumento de nossa exportações.
Enquanto nosso superávit comercial com a União Europeia caiu, neste ano, 20,3%, em razão da retração econômica, com os Estados Unidos continuamos a ter déficit, embora se reduzindo de 57,1%. É de esperar que voltaremos a ter um superávit com este país.
Atacado e varejo
Esse número é importante por ser muito usado para corrigir aluguéis (residenciais e comerciais) e operações do sistema financeiro. O maior problema do IGP-M é carregar alta
dose (60%) de preços no atacado. Por isso, nem sempre é o mais adequado para corrigir valores atrelados à cesta do custo de vida. Em todo o caso, em pouco tempo os preços praticados no atacado tendem a se transferir também ao varejo.
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