ESTADO DE MINAS - 29/12
Apagão, blecaute, corte ou que nome se dê à escuridão, ela enxota investidores
A presidente da República não pode mandar o povo gargalhar de declaração oficial. "Vocês se lembram da história do raio? De que caiu um raio? No dia em que falarem para vocês que caiu um raio, vocês gargalhem", disse Dilma Rousseff, na quinta-feira, em café da manhã com jornalistas. Pois a descarga elétrica na atmosfera foi usada mais de uma vez pelo órgão governamental responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), como desculpa para os sucessivos blecautes no país. Se as declarações não passavam de pilhéria, não tiveram a menor graça.
Aliás, era o caso de a presidente repreender o funcionário que levantou a hipótese, não de mandar rirem de quem faz blague com coisa séria. No dia 15, o próprio diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, levantou a hipótese do raio ao falar do corte no abastecimento de energia que atingiu 12 estados. "Se caiu (o sistema) por causa do raio, teve falha humana", aquiesceu agora a presidente. Falha tripla, pelo que se vê. Primeiro, errou-se na operação; depois, na explicação; por fim, na condução do processo, com a autoridade máxima minimizando a gravidade das trapalhadas, quando deveria, isso sim, determinar profunda investigação e sanar as falhas, inclusive afastando eventuais incompetentes ou relapsos que descuidam de setor estratégico para o país.
Dilma foi Ministra de Minas e Energia e da Casa Civil no governo Lula, além de estar na metade do mandato, com popularidade suficiente para se reeleger em 2014. Nesse período, ganhou a fama de gerenciar com competência e firmeza, qualidades que terminaram por alçá-la à Presidência da República. Daí por que a ironia caiu tão mal quanto outra declaração. Ao referir-se à necessidade de investimentos na manutenção do sistema elétrico, afirmou com todas as letras: "Tinha (o país) de estar fazendo isso há mais tempo". Fez-se a luz, enfim? Eureca! Que a gerente se apresente com as credenciais em que o eleitor apostou e continua a apostar. Se antes o problema era de geração (estando afastado o risco de racionamento), como ela afirma, e agora é de transmissão, ao consumidor - seja pessoa física ou jurídica - importa que a eletricidade não seja incerteza.
No mesmo encontro com a imprensa, a presidente manifestou confiança na expansão econômica em 2013. Citou o corte nos juros, a inflação controlada (embora acima do centro da meta), a intenção de baixar impostos, a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) já se aproximando do programado para 2014, e apelou aos bancos privados para que colaborem com o financiamento do setor produtivo. Ao ambiente favorável, há que acrescentar a garantia do fornecimento de energia, ou nada feito. Apagão, blecaute, corte ou que nome se dê à escuridão, ela enxota investidores. Portanto, melhor chorar que gargalhar enquanto o sistema elétrico nacional estiver vulnerável.
A presidente da República não pode mandar o povo gargalhar de declaração oficial. "Vocês se lembram da história do raio? De que caiu um raio? No dia em que falarem para vocês que caiu um raio, vocês gargalhem", disse Dilma Rousseff, na quinta-feira, em café da manhã com jornalistas. Pois a descarga elétrica na atmosfera foi usada mais de uma vez pelo órgão governamental responsável pela coordenação e controle da operação das instalações de geração e transmissão de energia elétrica, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), como desculpa para os sucessivos blecautes no país. Se as declarações não passavam de pilhéria, não tiveram a menor graça.
Aliás, era o caso de a presidente repreender o funcionário que levantou a hipótese, não de mandar rirem de quem faz blague com coisa séria. No dia 15, o próprio diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, levantou a hipótese do raio ao falar do corte no abastecimento de energia que atingiu 12 estados. "Se caiu (o sistema) por causa do raio, teve falha humana", aquiesceu agora a presidente. Falha tripla, pelo que se vê. Primeiro, errou-se na operação; depois, na explicação; por fim, na condução do processo, com a autoridade máxima minimizando a gravidade das trapalhadas, quando deveria, isso sim, determinar profunda investigação e sanar as falhas, inclusive afastando eventuais incompetentes ou relapsos que descuidam de setor estratégico para o país.
Dilma foi Ministra de Minas e Energia e da Casa Civil no governo Lula, além de estar na metade do mandato, com popularidade suficiente para se reeleger em 2014. Nesse período, ganhou a fama de gerenciar com competência e firmeza, qualidades que terminaram por alçá-la à Presidência da República. Daí por que a ironia caiu tão mal quanto outra declaração. Ao referir-se à necessidade de investimentos na manutenção do sistema elétrico, afirmou com todas as letras: "Tinha (o país) de estar fazendo isso há mais tempo". Fez-se a luz, enfim? Eureca! Que a gerente se apresente com as credenciais em que o eleitor apostou e continua a apostar. Se antes o problema era de geração (estando afastado o risco de racionamento), como ela afirma, e agora é de transmissão, ao consumidor - seja pessoa física ou jurídica - importa que a eletricidade não seja incerteza.
No mesmo encontro com a imprensa, a presidente manifestou confiança na expansão econômica em 2013. Citou o corte nos juros, a inflação controlada (embora acima do centro da meta), a intenção de baixar impostos, a relação entre a dívida pública e o Produto Interno Bruto (PIB) já se aproximando do programado para 2014, e apelou aos bancos privados para que colaborem com o financiamento do setor produtivo. Ao ambiente favorável, há que acrescentar a garantia do fornecimento de energia, ou nada feito. Apagão, blecaute, corte ou que nome se dê à escuridão, ela enxota investidores. Portanto, melhor chorar que gargalhar enquanto o sistema elétrico nacional estiver vulnerável.
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