Latinos ajudaram Barack Obama a vencer em lugares como Colorado
Virou moeda corrente dizer que os EUA estão mais divididos do que nunca. O país está dividido desde a vitória de Ronald Reagan nas eleições de 1980 e 1984, quando o político republicano ganhou respectivamente em 44 e 49 dos 50 Estados do país.
Nas sete eleições presidenciais desde então, nunca mais houve o que os norte-americanos chamam de "landslide", a vitória por avalanche de votos. Ganhou quem convenceu o centro moderado ou as minorias a votar em seu candidato.
A cada ano, latinos/hispânicos, negros e asiáticos, as minorias mais numerosas e ruidosas, assim como os jovens urbanos e eleitores politicamente moderados, roubam pontos percentuais preciosos da grande maioria branca mais velha.
Em 2012, embora tenha perdido pontos em quase todos os grupos demográficos em relação às eleições de 2008, de acordo com pesquisa de boca de urna da CNN, o democrata Barack Obama cresceu em eleitorados específicos de Estados-chave.
Latinos ajudaram o democrata a vencer no Colorado e, provavelmente, na Flórida, que, até a conclusão desta edição, ainda contava votos.
Já a mobilização de jovens para cabos eleitorais fez a diferença obamista em Ohio e na Pensilvânia, por exemplo.
Latinos e negros são 23% do eleitorado americano. No geral, o republicano Mitt Romney teve 27% dos votos do primeiro grupo, ante os 31% de John McCain em 2008 e os 40% de George W. Bush em 2004.
RECORDE FEMININO
Mulheres são 53% e ajudaram a eleger anteontem um número recorde de representantes para o Senado norte-americano, 20 de um total de 100, além de uma governadora, a democrata Maggie Hassan, de New Hampshire.
Os moderados politicamente são 41% do eleitorado americano, enquanto 25% se definem como liberais e 35% como conservadores. Nesse grupo, Obama saiu-se melhor que Romney, com 56% da preferência, ante os 41% obtidos pelo republicano.
Mas os republicanos continuam pregando apenas para homens brancos assustados, seu público-alvo preferencial. Como os tucanos brasileiros, esperam que o novo país se adapte ao velho partido, em vez do inverso.
O resultado foi a derrota de ontem na corrida principal, reforçada pela perda de duas cadeiras no Senado e de três na Câmara. Nesta Casa, aliás, vale ressaltar que a bancada do Tea Party, a ala radical do partido, murchou de 60 para 49 representantes.
Ao ceder àquela retórica radical durante suas primárias, o Partido Republicano perdeu o centro. Ao ignorar as minorias no resto da campanha, perdeu a corrida.
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