BRASIL ECONÔMICO - 05\11
Desta vez, tudo tudo indica que a biruta que aponta a direção dos ventos eleitorais se voltou na direção de Minas Gerais e que o senador Aécio Neves sairá candidato a presidente da República em 2014. Nas eleições passadas, aó para recordar, Aécio chegou a manifestar da intenção de disputar o Planalto. Suas pretensões, no entando, esbarraram na determinação de José Serra. O cenário, agora, é distinto e os movimentos recentes do senador levam a crer que desta vez não haverá recuo. Afinal (e ao contrário do que se viu em São Paulo), ele deu nas eleições deste ano uma demonstração de prestígio de proporções impressionantes: 80% dos 853 municípios de Minas elegeram prefeitos simpáticos a Aécio. E, mais importante ainda, ele teve com a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva um embate pessoal que só não foi mais valorizado porque a vitória do PT em São Paulo acabou esmaecendo o brilho de todo o resto. Em Belo Horizonte, Dilma e Lula se esforçaram para tentar eleger o petista Patrus Ananias tanto quanto se empenharam para eleger Fernando Haddad em São Paulo. Aécio avalizou a candidatura à reeleição do prefeito Márcio Lacerda - que venceu no primeiro turno. Pode parecer pouco, mas não é. Depois que elegeu Pimenta da Veiga para a prefeitura, em 1988, o PSDB passou a ser presa fácil para a PT em BH. Agora, deixou de ser.
Segundo maior colégio eleitoral do Brasil, com 12,5 milhões de eleitores, Minas Gerais dará a Aécio uma base regional com um nível de coesão que nenhum outro político terá nas próximas eleições. Para começar, com Aécio candidato, Dilma perderá o apoio de um estado que lhe deu quase 1,8 milhão de votos de vantagem sobre José Serra em 2010. Cerca de 15% dos votos que Dilma teve a mais que Serra foram dados por Minas Gerais. Agora, ela não contara com eles.
A coesão de Minas será uma ajuda e tanto, mas está longe de ser suficiente para fazer de Aécio favorito na disputa. Mesmo porque, ele tem uma dificuldade enorme pela frente: conseguir viabilizar seu nome no maior Colégio Eleitoral do país. O PSDB paulista nunca conseguiu entender como um político com a força regional de Aécio não conseguiu transferir prestígio a José Serra (em 2002 e 2010) e a Geraldo Alckmin (em 2006). Aécio e seus assessores mais próximos dizem que não é verdade e que ele fez o que pôde para garantir votos a seus correligionários. Uma coisa, no entando, é o que ele diz. Outra, muito diferente, será conseguir convencer os políticos de São Paulo a apoiá-lo daqui a dois anos. O grande plano de Àécio para 2013 é percorrer o Brasil e se transformar na figura nacional que ainda não é. Se conseguir, terá dado o primeiro passo em direção ao Planalto. A questão é que, no jogo de xadrez eleitoral, a presidente Dilma Rousseff, que disputará a reeleição, joga com as pedras brancas-e tem a iniciativa dos movimentos.
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