FOLHA DE SP - 10/09
Após queda de juros, boa parte dos tomadores de crédito é estreante
Qual o perfil do tomador de crédito após o corte de juros?
No Banco do Brasil, aproximadamente 60% dos créditos nas linhas que tiveram forte redução de juros (de 30% em média) foram para clientes que nunca haviam feito financiamento no banco, segundo Alexandre Abreu, vice-presidente de negócios de varejo do BB.
De abril para cá, houve queda de 37% nos juros do financiamento de veículos do banco, de 25% no crédito pessoal (CDC, crédito direto ao consumidor, e consignado), e de cerca de 20% no financiamento imobiliário.
"Antes, muitas pessoas não tomavam crédito porque o juro era alto. E os que tomavam, tinham risco maior."
Com a taxa menor, mais clientes entraram na faixa que permite maior comprometimento de renda.
"À medida que ingressam pessoas que não tomavam crédito, que eram mais conservadoras, cai o risco da carteira. Reduziram-se os juros e o atraso nos pagamentos."
A inadimplência caiu de 2,5% em abril para 1,15% hoje. Antes da redução de juros, em abril, o banco liberava R$ 11 milhões de crédito por dia. Atualmente, são R$ 66 milhões, de acordo com Abreu.
O financiamento de veículos é a linha de crédito que mais cresceu, impulsionada pela redução do IPI.
Octavio de Lazari, diretor-executivo do Bradesco, também observa mudança no perfil dos clientes de crédito do banco, mas atribui menor influência à queda dos juros.
"Nos últimos cinco anos empréstimos foram aumentando no banco e no sistema financeiro. Houve crescimento da mobilidade social e da bancarização", afirma.
Lazari, porém, registra novos clientes de crédito nos últimos 12 meses.
"Cerca de 12% são clientes estreantes que não tomaram crédito no passado", diz.
"Dentre os novos clientes de financiamento de veículos, mais de 22% não haviam feito empréstimos antes."
Procurado, o Itaú Unibanco afirmou considerar cedo para fazer considerações acerca de mudanças na demanda por crédito.
Despensa de supermercado
O Walmart vai passar a utilizar com exclusividade o centro de distribuição do Grupo TPC de logística em Barueri para operação de e-commerce, segundo Luis Eduardo Chamadoiro, vice-presidente do grupo.
A parceria vai render R$ 15 milhões anuais para a TPC pelo uso do espaço de 12 mil metros quadrados.
Os produtos armazenados nesse centro serão distribuídos para todo o país.
"O centro armazenará mercadorias como geladeiras e eletroeletrônicos", diz ele.
Cozinha no nordeste
O grupo Bertolini, que produz cozinhas e sistemas de armazenagem (como porta-bobinas e estantes), irá transferir duas unidades de produção do Rio Grande do Sul para o Espírito Santo.
Com aporte de R$ 80 milhões, serão construídas uma planta para produzir móveis de aço e outra para peças de armazenamento.
O principal motivo que levou à mudança foi a logística.
"O maior mercado de móveis de aço é o Nordeste. Estando no Espírito Santo, já é metade do caminho. De sistemas de armazenagem, nossos consumidores se concentram também no Nordeste, no Sudeste e no Centro-Oeste", diz Alcides Pasquali Filho, sócio da empresa.
A capacidade de produção capixaba de móveis será 30% maior que a atual. A de peças de armazenagem chegará a dobrar.
As fábricas do Rio Grande do Sul serão desativadas por ora. "Iremos colocar ali no futuro uma nova linha de produtos do ramo metalúrgico", diz Pasquali Filho, sem revelar a mercadoria.
R$ 322 milhões
foi o faturamento da empresa em 2011
R$ 370 milhões
é o faturamento esperado para este ano
R$ 600 milhões
é a expectativa de faturamento para 2014, com as novas plantas
1.300
é o número de funcionários
Além da América
A PJ Clarke's, rede americana de restaurantes, vai se expandir no Brasil.
A primeira unidade da empresa fora dos Estados Unidos foi inaugurada em São Paulo em 2008.
A segunda da capital paulista abre em novembro. A expansão inclui mais duas lojas em 2013 (uma no Rio).
"Queremos transformar o que temos, que é um restaurante, em um negócio. Estudamos bairros como Moema, Pinheiros ou Higienópolis, em São Paulo, e Ipanema ou Leblon, no Rio," diz Cristiano Almeida, sócio da rede de restaurantes.
Made in Camaçari
Ficará centrada no Brasil a comunicação global do novo EcoSport, carro compacto da Ford desenvolvido no país. "Já finalizamos as filmagens na China, Índia e Tailândia", diz Ricardo John, diretor de criação da JWT.
"Cada país terá um filme específico, mas todos com o mesmo argumento."
Fabricado na Bahia (Camaçari) e, a partir de 2013, nas três nações asiáticas, o carro será vendido em mais de cem países. O local de produção para abastecer o mercado europeu ainda não foi divulgado. Como líder do projeto, o Brasil será responsável pela supervisão da manufatura nos demais países.
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