BRASÍLIA - O título desta coluna valeria perfeitamente para a onda de violência contra os EUA no mundo islâmico, mas trata-se aqui de uma outra guerra nada santa: a que ocorre na eleição para a Prefeitura de São Paulo. Meteram até a igreja no meio. Aliás, as igrejas.
Raramente se vê uma manifestação política tão incisiva da Igreja Católica como a de agora, contra o candidato que lidera as pesquisas, Celso Russomanno -que é do PRB, mas também da IURD. Para quem não sabe, Igreja Universal do Reino de Deus, essa mesma.
A Arquidiocese de São Paulo, liderada por dom Odilo Scherer, divulgou nota na sexta-feira alertando para o vínculo de Russomanno com a igreja neopentecostal e provocando: "Se já fomentam discórdia, ataques e ofensas sem o poder, o que esperar se o conquistarem pelo voto? É para pensar".
Enquanto a Arquidiocese ataca Russomanno por cima, o tucano José Serra e o petista Fernando Haddad se atacam por baixo.
Haddad vai na jugular, quando ressalta a alta rejeição de Serra e diz que, daqui a pouco, o tucano nem vai poder andar mais pela cidade. E Serra partiu para o vale-tudo.
Como bater em Lula ainda é dar murro em ponta de faca, ele deu uma estocada em Dilma (que "mete o bico onde mal conhece") e elegeu José Dirceu como saco de pancadas.
Faz sentido (sentido eleitoral, explica-se), até porque o julgamento do mensalão envereda amanhã pelos meandros do "núcleo político", com Dirceu, Genoino e Delúbio no centro de toda a trama e o STF, enfim, passando do bate-boca para o confronto aberto de votos.
A três semanas das eleições, o mensalão caiu em cheio na campanha, potencializado pela capa da revista "Veja" com Marcos Valério tentando incriminar Lula. Os adversários obrigam o novo Haddad a responder pelo velho Dirceu. Sabe-se lá como vão tentar encaixar Lula aí.
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