quarta-feira, agosto 08, 2012

O PT patrão - VERA MAGALHÃES - PAINEL

FOLHA DE SP - 08/08


Ao endurecer com servidores em greve, o governo comprou briga com a ala sindical do PT, berço do partido. Coordenador do Ministério do Planejamento, César Brod pediu demissão após ser orientado a cortar o ponto de grevistas. Em carta, critica a gestão petista. "O PT patrão parece não ter aprendido com sua própria história. Apenas aprimora táticas de pressão psicológica e negociação questionável daqueles com os quais negociou na época em que a greve era sua", diz o texto.

Ideologia 
Para aliados do governo, Brod adotou "conduta ideológica'' na pasta. Titular do setor de inovações tecnológicas, ele pediu afastamento ao secretário Delfino Natal, que o indicou.

Outro lado O ministério diz que a paralisação é direito dos servidores, mas tem obrigação legal de descontar os dias dos funcionários que se ausentarem no trabalho.

Remoto 
Tão logo terminou o terceiro dia do julgamento do mensalão, advogados e assessores de José Dirceu fizeram reunião pelo Skype com o ex-ministro, recluso em Vinhedo (SP). Ele estava aliviado, segundo auxiliares. A despeito do otimismo atual, foi aconselhado a manter silêncio obsequioso.

Imprevisível Os primeiros dias da defesa animaram os advogados. Eles, que achavam que os 11 ministros estavam com o voto pronto, agora admitem que ainda estão formando convicção. A tônica é falar em resultado "aberto".

Tréplica 1 Interlocutores de Roberto Gurgel dizem que ele não se abala ante o revezamento de advogados alegando ausência de provas na acusação. "Nenhum ministro se impressiona com isso", garante um procurador.

Tréplica 2 Ministério Público considera irrelevante a questão do crime antecedente para provar existência da quadrilha. "Em crimes de corrupção isso não é importante", diz aliado de Gurgel.

Cada um... Contra a vontade do Planalto, peemedebistas do Senado garantem que o líder Renan Calheiros (AL) será candidato à presidência da Casa em 2013. Em conversas recentes, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) já sinalizou que só deixará a pasta se for ungido ao cargo no Senado.

... no seu quadrado O PMDB reage à interferência do Planalto na disputa e ironiza a ideia de que a eventual saída Lobão do ministério apeará o partido do setor elétrico. "Dilma já tirou tudo da gente. Só sobrou o Lobão", reclama um congressista.

Cantinho Sem vagas na Esplanada, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), descobriu um cargo na Caixa Econômica Federal em New Jersey (EUA) e tratou de indicar aliado para o posto.

Contestômetro 
Dada a largada na cobertura eleitoral da TV Globo, José Serra determinou que sua equipe questione prontamente adversários que usem números que considera "equivocados" sobre suas gestões na prefeitura e no governo paulista.

Câmera, ação Lula desmarcou seus compromissos previstos para hoje e amanhã. Deve iniciar as gravações para Fernando Haddad.

GPS Celso Russomanno encomendou pesquisa para nortear sua agenda a partir desta semana. De posse do mapa de intenções de voto, percorrerá áreas da capital onde tem maior intenção de voto. Só depois irá aos bairros de pior desempenho.

Visita à Folha Juergen Boos, presidente da Feira do Livro de Frankfurt, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Marifé Boix Garcia, vice-presidente.

com FÁBIO ZAMBELI e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"A CPI vive o drama daqueles que sabem para onde têm que ir, mas têm medo de embarcar em virtude do destino."

DO SENADOR RANDOLFE RODRIGUES (PSOL-AP), que enxerga um "acordão" entre PT, PMDB e PSDB para congelar as investigações do esquema Cachoeira.

contraponto

O sono dos justos


A cena dos ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa quase dormindo no julgamento do mensalão é comum na história recente do STF. Paulo Brossard e Maurício Corrêa, que morreu em fevereiro deste ano, eram recorrentemente flagrados em longos cochilos.

No cafezinho, um ex-presidente da Corte lembrou de ocasião em que Brossard cochilava bem na hora do voto.

-Perguntei, ao microfone, como ele votaria.

Com a abordagem em voz alta, o ministro acordou, um pouco atônito e assustado, e respondeu, sem titubear:

-Voto com o relator!

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