O GLOBO - 08/04/12
Os governadores do Nordeste vão acompanhar a presidente Dilma na viagem aos Estados Unidos. Lá, eles assinarão contratos de financiamento com o Banco Mundial num valor global de US$ 3,5 bilhões. Com a queda da receita do Fundo de Participação dos Estados e da arrecadação do ICMS, devido à crise econômica e às ações do governo Dilma para estimular a indústria, esses recursos vão irrigar os
dois anos de final de mandato.
Mesmo aliados, os governadores do Nordeste têm se queixado muito das medidas adotadas pela presidente Dilma. Nesta semana, após o anúncio da segunda fase do Plano Brasil Maior, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) foi um dos que reclamaram da ausência de um corte regional nas medidas. No mês passado, Campos e o governador Jaques Wagner (PT-BA) enviaram uma carta à presidente reivindicando incentivos fiscais diferenciados para favorecer a instalação da indústria automobilística na região. Eles estão descontentes. Cada vez que há um corte no IPI, para manter empregos no Sudeste, caem os recursos do Fundo de Participação dos Estados para o Nordeste.
Respeitado o direito de defesa, a situação exige rito sumário!” — Chico Alencar, deputado federal (PSOL-RJ) sobre o envolvimento de Carlos Leréia (PSDB-GO) e Sandes Junior (PP-GO) com Carlinhos Cachoeira.
PROJETO. O apoio do PSD a José Serra para prefeito de São Paulo não significa alinhamento aos tucanos na sucessão estadual. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, está trabalhando para que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, na foto, seja candidato ao governo paulista contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) em 2014. Kassab é candidato ao Senado, mas pode concorrer à Câmara dos Deputados se for para agregar um partido forte na aliança.
Freio
A direção mundial da Volkswagen enviou, estes dias, uma carta aos governadores do Nordeste, informando que foi adiado o investimento em nova fábrica no Brasil. Devido à crise mundial, vão ampliar a fábrica de Taubaté (SP).
Faca na bota
No baixo clero da Câmara, sobretudo o governista, há um sentimento difuso de que criar a CPI do Carlinhos Cachoeira poderia ser bom. O governo Dilma não tem agenda neste ano, com a CPI eles voltariam a ser paparicados pelo Executivo.
A Lei Dornelles sobre Planos Econômicos
Experiente político, o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ministro da Fazenda no governo Sarney, diante da repercussão ao anúncio da segunda fase do Plano Brasil Maior, chegou à conclusão de que todos os planos despertam as mesmas reações. E resume: “Quem não participa da elaboração diz que foi malfeito. Os que não entenderam afirmam que ele é inócuo. Os prejudicados dizem que é um absurdo. E os beneficiados criticam, pois esperavam que fosse feito muito mais”.
Comportados...
O MST não é mais aquele. Na sexta-feira, os sem-terra protestaram em 8 das 12 cidades da Copa de 2014. Setecentos deles invadiram o canteiro de obras do Itaquerão, São Paulo. Mas duas horas depois, para não parar a obra, eles se retiraram.
E grandiloquentes
Para justificar sua ação, o MST adotou como seu o libelo da organização “Resistência Urbana”. Ele diz: “Contra os crimes da Copa de 2014. Despejos... Dinheiro público, lucros privados... O povo não pode ser refém da sua arte”.
O MST, com o Abril Vermelho, e a Contag, com o Grito da Terra, pretendem cobrar mais investimentos na aquisição de terras para fins de reforma agrária.
A PRESIDENTE Dilma não pretende atendê-los. Sua orientação para o ministro Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) é a qualidade dos assentamentos já existentes.
A AVALIAÇÃO no governo Dilma é que as centrais sindicais (CUT, Força, CTB etc.) não conseguiram ganhar os trabalhadores para a luta pela jornada de 40 horas semanais. Diz um ministro: “O trabalhador quer trabalhar e ganhar mais para consumir mais”.
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