Ambientes confortáveis, que lembram o clima de casa ou que fornecem área para descanso, propiciam a inovação e aumentam a produtividade, afirmam pesquisadores
Mesas de sinuca e de pebolim ao lado das de escritório. O modelo de salas mais descontraídas para o funcionário pensar e criar, mas principalmente conviver com os colegas e trocar ideias, ficou famoso com o Google.
Hoje, porém, não está mais restrito às empresas de tecnologia, nem aos EUA.
No Brasil, a companhia de marketing 9ine, do ex-jogador Ronaldo, por exemplo, tem também videogame e minicesta de basquete.
Algumas reuniões ocorrem no meio do escritório, ou em um ambiente dentro de um cubo espelhado com mesa e pufes confortáveis.
Essas salas menos comuns facilitam o surgimento de ideias inovadoras.
O trabalho solitário deve ficar para quando o funcionário precisa desenvolver seu ponto de partida, segundo Aline Souki, professora-associada da Fundação Dom Cabral.
"Para criar, é preciso existir um momento coletivo. Com a discussão, com o conflito, é que aparece uma ideia que ninguém imaginou."
Também onde "tempo é dinheiro", iniciativas semelhantes se disseminam.
A "boutique" de investimentos Estater, de Percio de Souza, focada em pesquisa para trabalhar propostas de fusões e aquisições, montou uma sala de "brainstorming". Nela, equipes se reúnem semanalmente para discutir propostas "fora da caixa".
"Um funcionário que trabalha em um espaço onde não fica olhando para o relógio para saber quanto tempo falta para chegar em casa e tirar os sapatos tem maior produtividade", afirma Souki.
O ambiente, além de propiciar o trabalho, pode também reter e atrair empregados, segundo André Magro, da empresa de recrutamento Hays.
Pesquisa da companhia mostra que o clima e o ambiente são fatores mais importantes que o salário para os funcionários.
O professor da ESPM Gilberto Cavicchioli diz que as empresas que proporcionam conforto costumam trabalhar com metas e exigir muito.
"Se a companhia proporciona isso é porque conhece a maturidade dos funcionários."
GRAÇA E GETÚLIO
Na antessala de Graça Foster, presidente da Petrobras, uma mesa chama a atenção. Nela, em 3 outubro de 1953, o então presidente da República, Getúlio Vargas, assinou a lei que criou a Petróleo Brasileiro S.A., como "empresa estatal de petróleo, para a execução do monopólio da União Federal". No destaque, o presidente Getúlio Vargas.
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