FOLHA DE SP - 09/01/12
Mesmo ocupando no governo Dilma mais espaços do que na era Lula, o PT tem dificuldades para converter a dominância no plano federal em resultado semelhante nas eleições municipais.
O partido larga o ano em posição pouco confortável nas 26 capitais.
Não detém favoritismo absoluto nem nas sete que administra hoje.
A falta de nomes fortes é uma das razões.
A mobilização dos aliados é outra. Eles sabem que as prefeituras são vitais para eleger deputados e se manter no jogo em Brasília.
Por isso o PMDB prepara candidaturas próprias em 22 capitais -os confrontos diretos com o PT devem dobrar em relação a 2008. Por isso também o PSD, embora louco para aderir, ficará no campo oposto ao do PT em boa parte dessas cidades.
A preocupação em preservar a coalizão de Dilma freia o ímpeto dos petistas. Em Curitiba, podem selar apoio a Gustavo Fruet (PDT); em Vitória, a Paulo Hartung (PMDB).
Em Porto Alegre, apesar de terem lançado candidato, sofrem pressão para recuar e endossar José Fortunati (PDT) ou Manuela D"Ávila (PC do B).
No Rio, já decidiram ceder ao PMDB: pela primeira vez não terão cabeça de chapa à prefeitura.
Em prol do PSB, que perigosamente namora os tucanos, o PT cogita não só ceder a vez novamente em Belo Horizonte, mas também intervir nos diretórios de Recife e Fortaleza para indicar nomes mais palatáveis.
Para piorar, os voos solo da legenda -Nelson Pelegrino (Salvador), Fátima Cleide (Porto Velho) e até Fernando Haddad (São Paulo)- por enquanto não empolgam.
Em muitas dessas praças, a arrancada é possível, senão provável.
O empenho de Lula, a caneta de Dilma e o know-how petista em campanhas farão diferença em outubro.
Mas haverá outro "fator X", este adverso: o julgamento do mensalão ameaça pegar embalo justamente na reta final da eleição, drenando energias do comando do PT.
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