FOLHA DE SP - 27/11/11
Serra não falou nenhuma mentira nem algo que as torcidas do Corinthians, do Palmeiras e do Santos já não soubessem. Quem tem quatro candidatos não tem nenhum.
De quebra, admitiu enfim, implicitamente, que há muito mais envolvimento dele com o PSD dos aliados Gilberto Kassab e Afif Domingos do que eles haviam assumido antes.
Se o próprio Serra não for candidato, o PSDB estará em situação bem desconfortável, apesar de governar o Estado há 16 anos e de Geraldo Alckmin ser um bom cabo eleitoral.
Ou o partido apoia o PSD na cabeça de chapa ou tem de transformar um dos quatro não candidatos em candidato. Sem garantias. O fenômeno Kassab, que saiu da lanterninha e ganhou, não acontece todo dia.
Ainda falta uma eternidade para a eleição, mas o horizonte projeta uma campanha tucana atrapalhada, assustada e cheia de divisões internas contra uma campanha unida, liderada por Lula, alimentada por Dilma e envolta pela aura da renovação.
Lula já era um eleitor forte e, com o câncer e a careca, tornou-se fortíssimo. Dilma passou a ter força política. Juntos se preparam para eleger "até um poste", imagine um ministro da Educação jovem, bonitão e virgem na política como Fernando Haddad.
Quem pode embaçar essa projeção é o peculiar Gabriel Chalita, que tem o PMDB, a simpatia não disfarçada de Alckmin e a jovialidade de Haddad. O PT vai fazer tudo para engolir Chalita e compor com o PMDB.
Se eles se unirem e Haddad vencer, Lula estará derrotando o PSDB na sua principal fortaleza e já moldando a cara e o futuro do PT. Eleito, Fernando Haddad passará a ser um nome natural na lista de opções para a eleição presidencial de 2018.
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