Presença de mulher cresce em 'área masculina'
MARIA CRISTINA FRIAS
Apesar da ainda baixa presença de mulheres em cadeiras de presidência, as companhias têm hoje maior participação feminina em cargos de diretoria e alta gerência.
A área de finanças, historicamente conhecida pela forte ocupação masculina, começa a mudar de perfil. A Michael Page, de recrutamento, contratou 61% de homens e 39% de mulheres em média e alta gerência em 2011 em todas as áreas. "O interesse por finanças surpreendeu com 40% de mulheres. Elas aparecem em controladoria, gestão de impostos e planejamento", diz Sergio Sabino, diretor do grupo na América Latina.
Cerca de 59% foram para a área jurídica. "Podemos citar aí societário e tributário. Contratamos mais advogadas mulheres", afirma. O departamento de RH permanece na liderança, com 67% de mulheres. Engenharia e manufatura ainda atraem 73% de homens. O Brasil tem lideranças femininas em quase 14% das maiores empresas atualmente, segundo a Hays Executive. Há dez anos, essa participação girava em torno de 6%.
"O Brasil caminha para um equilíbrio. Mas, em cargos de presidência ainda está longe", diz Cynthia Rejowski, da Hays Executive no Brasil.
Segundo dados da empresa especializada Fesa, a contratação de mulheres em todos os níveis neste ano registra até agora 45% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. Quase 70% delas possuem MBA ou pós-graduação.
Cantando na chuva
Mesmo com a desaceleração da economia, o setor de construção civil continua em crescimento. A empresa Dicico prevê aumento de 18% neste ano, de acordo com o copresidente Jorge Letra. Enquanto isso, o segmento deve ter alta de 6% nas vendas.
A rede de lojas de material de construção abrirá cinco unidades no Estado de São Paulo em 2012. O investimento em cada uma delas varia de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões. Os tamanhos das filiais ficarão entre 1.500 m2 e 4.000 m2, segundo Letra. "Além das novas unidades próprias, também faremos grandes reformas em três lojas, que receberão investimento semelhante, e uma mudança de ponto."
A rede também implementará um plano de expansão por meio de franquias. Nos próximos quatro anos, serão abertas cem unidades. "O setor não se expande muito por franquias devido à dificuldade de ter todos os produtos em estoque. Nos preparamos por quatro anos para garantir a logística adequada a partir dos centros de distribuição", diz Letra. Os principais concorrentes da Dicico são Leroy Merlin, Telhanorte e C&C.
Queda Soberana
O otimismo dos europeus em relação à economia, observado em junho pela empresa GfK, perdeu espaço em setembro, segundo novo estudo da companhia. Há três meses, a pesquisa apontou uma melhora nas expectativas do consumidor pela primeira vez desde o início da crise. Agora, porém, as discussões sobre as dívidas soberanas trouxeram o pessimismo de volta. Os maiores declínios na expectativa econômica apareceram na Alemanha (queda de 50,3 pontos para 4,8) e na Áustria (de 19,6 para -26,2).
O indicador da GfK varia de -100 a +100. Valores negativos mostram que a avaliação dos consumidores está abaixo da média no longo prazo. Os consumidores da Polônia foram os únicos que melhoraram suas expectativas. A Grécia perdeu toda a confiança em uma possível recuperação, e o indicador atingiu -58,7 pontos. Hoje um em cada seis gregos está desempregado. No final de 2012, deverá ser um em cada quatro.
Faz... A FGV-Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo) passa a usar um laboratório de finanças a partir de 2012.
... de conta
Alunos de graduação poderão praticar gestão de investimento em ações e outros ativos financeiros por meio de um simulador de ações e ferramentas de análise e negociação de ativos.
Seguro
O setor de seguros, excluídos VGBLs, fechou o primeiro semestre com faturamento de R$ 40,5 bilhões (alta de 19,3% ante igual período de 2010), segundo o Sincor (sindicato dos corretores de SP).
Crédito
O volume de títulos protestados de pessoa jurídica subiu 7,6% neste ano até setembro, segundo a Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito. Para pessoa física, caiu. "É termômetro de inadimplência", diz Flávio Calife, da Boa Vista.
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