quinta-feira, outubro 20, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Presença de mulher cresce em 'área masculina'
MARIA CRISTINA FRIAS 
Folha de S.Paulo - 20/10/2011

Apesar da ainda baixa presença de mulheres em cadeiras de presidência, as companhias têm hoje maior participação feminina em cargos de diretoria e alta gerência.

A área de finanças, historicamente conhecida pela forte ocupação masculina, começa a mudar de perfil. A Michael Page, de recrutamento, contratou 61% de homens e 39% de mulheres em média e alta gerência em 2011 em todas as áreas. "O interesse por finanças surpreendeu com 40% de mulheres. Elas aparecem em controladoria, gestão de impostos e planejamento", diz Sergio Sabino, diretor do grupo na América Latina.

Cerca de 59% foram para a área jurídica. "Podemos citar aí societário e tributário. Contratamos mais advogadas mulheres", afirma. O departamento de RH permanece na liderança, com 67% de mulheres. Engenharia e manufatura ainda atraem 73% de homens. O Brasil tem lideranças femininas em quase 14% das maiores empresas atualmente, segundo a Hays Executive. Há dez anos, essa participação girava em torno de 6%.

"O Brasil caminha para um equilíbrio. Mas, em cargos de presidência ainda está longe", diz Cynthia Rejowski, da Hays Executive no Brasil.

Segundo dados da empresa especializada Fesa, a contratação de mulheres em todos os níveis neste ano registra até agora 45% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado. Quase 70% delas possuem MBA ou pós-graduação.

Cantando na chuva
Mesmo com a desaceleração da economia, o setor de construção civil continua em crescimento. A empresa Dicico prevê aumento de 18% neste ano, de acordo com o copresidente Jorge Letra. Enquanto isso, o segmento deve ter alta de 6% nas vendas.

A rede de lojas de material de construção abrirá cinco unidades no Estado de São Paulo em 2012. O investimento em cada uma delas varia de R$ 3 milhões a R$ 5 milhões. Os tamanhos das filiais ficarão entre 1.500 m2 e 4.000 m2, segundo Letra. "Além das novas unidades próprias, também faremos grandes reformas em três lojas, que receberão investimento semelhante, e uma mudança de ponto."

A rede também implementará um plano de expansão por meio de franquias. Nos próximos quatro anos, serão abertas cem unidades. "O setor não se expande muito por franquias devido à dificuldade de ter todos os produtos em estoque. Nos preparamos por quatro anos para garantir a logística adequada a partir dos centros de distribuição", diz Letra. Os principais concorrentes da Dicico são Leroy Merlin, Telhanorte e C&C.

Queda Soberana
O otimismo dos europeus em relação à economia, observado em junho pela empresa GfK, perdeu espaço em setembro, segundo novo estudo da companhia. Há três meses, a pesquisa apontou uma melhora nas expectativas do consumidor pela primeira vez desde o início da crise. Agora, porém, as discussões sobre as dívidas soberanas trouxeram o pessimismo de volta. Os maiores declínios na expectativa econômica apareceram na Alemanha (queda de 50,3 pontos para 4,8) e na Áustria (de 19,6 para -26,2).

O indicador da GfK varia de -100 a +100. Valores negativos mostram que a avaliação dos consumidores está abaixo da média no longo prazo. Os consumidores da Polônia foram os únicos que melhoraram suas expectativas. A Grécia perdeu toda a confiança em uma possível recuperação, e o indicador atingiu -58,7 pontos. Hoje um em cada seis gregos está desempregado. No final de 2012, deverá ser um em cada quatro.

Faz... A FGV-Eaesp (Escola de Administração de Empresas de São Paulo) passa a usar um laboratório de finanças a partir de 2012.

... de conta
Alunos de graduação poderão praticar gestão de investimento em ações e outros ativos financeiros por meio de um simulador de ações e ferramentas de análise e negociação de ativos.

Seguro
O setor de seguros, excluídos VGBLs, fechou o primeiro semestre com faturamento de R$ 40,5 bilhões (alta de 19,3% ante igual período de 2010), segundo o Sincor (sindicato dos corretores de SP).

Crédito
O volume de títulos protestados de pessoa jurídica subiu 7,6% neste ano até setembro, segundo a Boa Vista, administradora do Serviço Central de Proteção ao Crédito. Para pessoa física, caiu. "É termômetro de inadimplência", diz Flávio Calife, da Boa Vista.

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