Urgência de projetos para Copa e Jogos Olímpicos acelera PPPs nos Estados
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 08/09/11
As PPPs (Parcerias Público-Privadas) ganham agora um novo impulso com a Copa e a Olimpíada.
Aprovadas há sete anos, as parcerias, principalmente no âmbito federal, não deslancharam como se esperava.
Nos Estados, foram firmadas 18 PPPs desde a aprovação da lei sancionada no final de 2004 pelo então presidente Lula.
Diferentemente das concessões, as parcerias envolvem recursos públicos.
Dentre os projetos federais, só o data center do Banco do Brasil e da Caixa Econômica em Brasília foi em frente.
Há ainda três projetos de irrigação em fase de estudos de viabilidade, assim como o Sistema Geoestacionário Brasileiro (de satélite).
Minas Gerais, Bahia, São Paulo e Pernambuco são os Estados que se destacam.
"Copa e Olimpíada estão fazendo a diferença em PPPs. Trazem a necessidade de cumprir prazos", diz o advogado José Virgílio Lopes Enei, especializado na área e sócio do escritório Machado Meyer. "Melhorar o transporte urbano e construir novos equipamentos esportivos já eram necessários, mas agora as obras têm prazo para acabar."
Um exemplo é o Porto Maravilha, que vai modernizar a degradada região portuária no Rio, considerado uma PPP pioneira no setor, que deslanchou agora, depois de anos.
Dos 12 estádios previstos para a Copa, pelo menos cinco são PPPs.
Há ainda dois projetos de outros setores em licitação no Rio Grande do Sul. Em estudo de viabilidade, há dois em Minas e um em São Paulo.
"Das PPPs estaduais já celebradas, que somam investimentos de cerca de R$ 15 bilhões, em dez delas os serviços já estão sendo prestados pelas concessionárias", lembra Bruno Ramos Pereira, advogado e consultor de projetos de infraestrutura.
LUBRIFICANTES EM ALTA
A Shell Brasil Petróleo, do grupo Raízen (Shell e Cosan), investiu R$ 42 milhões na ampliação de sua fábrica de lubrificantes no Rio de Janeiro.
Com os aportes, a companhia vai construir um centro de distribuição e pretende dobrar o volume de seus negócios no segmento nos próximos três anos.
No ano passado, as vendas de lubrificantes aumentaram 30% ante 2009, o que elevou a participação de mercado da empresa para 15%, segundo o presidente André Araujo.
"Devemos aumentar nosso 'market share' de forma mais significativa à medida que a bandeira dos postos Esso seja alterada para Shell", diz Araujo.
Uma das principais concorrentes da companhia, a BR Distribuidora também investe em lubrificantes.
Até 2015, serão investidos R$ 158 milhões para aumentar a capacidade de produção da sua fábrica em Duque de Caxias (RJ).
RENOVAÇÃO
O atual parque industrial brasileiro é o mais moderno dos últimos 16 anos, de acordo com estudo da Abraman (Associação Brasileira de Manutenção) que será divulgado no final deste mês.
A pesquisa mostra que, desde 1995, a maior parte dos equipamentos costumava ter entre 11 e 20 anos.
Em 2011, porém, 39% das plantas estão com menos de dez anos. Cerca de 35% têm entre dez e 20 anos.
O estudo aponta a entrada de empresas no mercado como responsável pela renovação do maquinário. Ainda segundo a pesquisa, a indústria da manutenção movimentará R$ 145 bilhões em 2011.
ZÍPER ABERTO
O empresário chinês Shih Hua Min, que possui negócios no setor de armarinhos no país asiático, vai investir cerca de US$ 25 milhões em uma unidade de montagem de zíperes em São Paulo.
O projeto será desenvolvido em parceria com o grupo têxtil brasileiro Hamuche, no bairro do Brás.
Os chineses ficarão responsáveis pela parte de metalurgia das calças jeans, de acordo com Fauzi Hamuche, sócio do grupo.
"Inicialmente o investimento é deles, mas entraremos com metade dos recursos adicionais que virão. A ideia é criar um parque de negócios", afirma.
O projeto ficou mais viável do que importar o produto acabado, segundo Hamuche, devido às condições tributárias e à possibilidade de verticalizar sua produção de jeans, que deve superar 500 mil calças ao ano.
com JOANA CUNHA, VITOR SION, LUCIANA DYNIEWICZ e ALESSANDRA KIANEK
Nenhum comentário:
Postar um comentário