Supremacia americana influenciou administração no Brasil
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 11/09/11
Após a Segunda Guerra, a influência americana teve papel fundamental na formação do pensamento da administração no Brasil, de acordo com especialistas.
As primeiras escolas de negócios, como a da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo e as das universidades federais de Rio Grande do Sul e Bahia, tiveram alta participação de acadêmicos dos EUA.
A pioneira Escola Superior de Negócios foi inspirada em Harvard. A FGV Eaesp foi criada com o convênio entre os governos de Brasil e EUA.
"Nos anos 1950, criou-se aqui uma turma de estudantes, com doutores da Michigan State University", diz Fabio Gallo, professor da Eaesp.
Companhias já haviam ingressado no país, com mais força após a Primeira Guerra, de acordo com a Amcham (câmara de comércio).
"Com o fortalecimento da economia, as empresas norte-americanas passaram a ter recurso para investir, o que demonstrou a importância central do país", diz Gabriel Rico, da Amcham.
A expansão ganhou novas características depois da Segunda Guerra, segundo Thiago Rodrigues, da Universidade Federal Fluminense. "Países periféricos, como o Brasil, recebiam fábricas 'sujas', de atividades menos nobres, enquanto os centrais investiam em pesquisa", diz.
Não se pode falar em colonialismo, mas em "colonialidade do saber", diz Maria Misoczky, da federal do RS. "Não há relação formal de dominação, que seria colonialismo. Apesar de várias escolas terem influência americana, a nossa administração não é mera reprodutora."
"Após 1945, os EUA exportaram seu modo de fazer administração e estabeleceram a gestão americana como maneira hegemônica de administrar, mas falar em imperialismo seria inadequado", afirma Rafael Alcadipani, professor da Eaesp.
MONTANHA-RUSSA
Luiza Sigulem/Folhapress
Armando Pereira, presidente do parque
O Hopi Hari investe R$ 150 milhões em novas atrações, R$ 50 milhões apenas em uma nova montanha-russa, com 1.200 toneladas de aço, que será "mais forte que a 'Aerosmith' [da Disney]", segundo Armando Pereira, presidente do parque. Das cinco áreas, três estão sendo reformuladas. Duas delas, para ganhar temas da Warner Bros. Criado em 2000, o parque de Vinhedo (SP) passou por dificuldades financeiras. Saíram os antigos donos, inclusive os fundos de pensão, e hoje é controlado por um grupo de investidores, que equacionou as dívidas em 2009, diz Pereira.
Em 2010, o faturamento (R$ 103 milhões) cresceu 25% ante 2009. "Somos a maior atração turística paga no país, com 2 milhões de visitantes, e queremos estar preparados para atender um público que virá com o aumento da renda e do turismo, impulsionado pelos eventos esportivos nos próximos anos."
O QUE ESTOU LENDO
O publicitário Luiz Lara, sócio da Lew'Lara\TBWA, lê "O Museu da Inocência", de Orhan Pamuk, e "On China", de Henry Kissinger. "O primeiro é mais um livro delicioso do Pamuk. Conta a história de um grande amor que ficou para toda a vida. E o segundo é interessantíssimo. Nos permite entender um pouco mais sobre o império chinês".
VERNISSAGE FINANCEIRA
A coincidência de eventos ligados à arte contemporânea brasileira trazem à tona o tema do investimento na área.
Mesmo gente do "métier" não considera um bom negócio especular. "Um investidor tem 90% de chances de errar quando compra uma obra de arte só por investimento", diz a galerista Luisa Strina.
Toda coleção, se bem feita, vai se valorizar, mas não é fácil, diz Thiago Gomide, da Bolsa de Arte em SP.
Tadeu Chiarelli, diretor do MAC-USP, cita a importância de se pesquisar sobre a trajetória do artista.
"Os grandes ganhos ocorrem em obras maiores. Se uma peça de R$ 2.000 vai para R$ 4.000, você ganha só R$ 2.000. Quem pode desembolsar mais dinheiro pode ganhar mais", diz Gomide.
Para o galerista André Millan, a arte deve ser vista como patrimônio, e não investimento. "É melhor ir à Bolsa [se quiser investir]."
Na ArtRio, que se encerra hoje no Rio, a estimativa era vender R$ 100 milhões.
A SP-Arte/Foto começa sua quinta edição na próxima quarta. A faixa de preço vai de R$ 2 mil a R$ 150 mil. No final deste mês, a Bolsa de Arte em SP faz um leilão.
com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ
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