TAM começa a vender passagem no Jardim Ângela
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 16/01/11
A TAM começa nesta semana a vender passagens no Jardim Ângela, em SP.
Localizado na periferia da zona sul da capital, o bairro foi considerado o mais perigoso do mundo pela ONU em 1996. Anos depois, a região registrou queda da violência.
Também serão instalados pontos de venda nos municípios paulistas de Mauá e Guarulhos, na esteira da estratégia da empresa de ampliar vendas para a classe C.
Em agosto, a TAM fez parceria com as Casas Bahia, para instalar quiosques nas unidades da rede varejista na Praça Ramos, na Vila Nova Cachoeirinha e em São Mateus, também na capital.
As capitais do Nordeste foram os destinos mais demandados, o que motivou a escolha do Jardim Ângela. "São bairros que concentram muitos nordestinos, pessoas que vão todo ano para a região. Os destinos mais procurados são Salvador, Recife e Fortaleza", diz Líbano Barroso, presidente da TAM.
As tarifas mais baixas e mais procuradas são as noturnas e as de fora do horário de pico. "Executivos viajam mais entre 7h e 10h e entre 17h e 20h."
As passagens são financiadas em 12 meses e o público não iniciado recebe orientações sobre como viajar.
As concorrentes Azul e Gol têm iniciativas semelhantes. A Gol tem um ponto no Largo 13 e oferece condições de pagamento facilitadas.
A Azul, por sua vez, abriu loja em um shopping na região e está presente na rede Magazine Luiza.
"O avião se tornou o substituto do ônibus nas viagens de longa distância, acima de 800 quilômetros, como ocorreu nos EUA na década de 50"
Novos destinos
O francês Philippe Alluard, que acaba de se tornar presidente da recém-criada divisão no Mediterrâneo e na África, da LVMH Watch and Jewelery, diz que vê potencial para o mercado de luxo no continente africano.
"A África ainda é um território pouco explorado para nós e pouco mapeado no que se refere ao luxo. Vemos um aumento da demanda daquela parte do mundo em nossas lojas na Europa e nos EUA. Há um grande potencial a médio prazo lá e desejamos estar presentes desde o início", diz Alluard, que terá a missão de identificar o potencial de empresas-chave nos vários mercados.
"Também temos de adaptar nossos produtos ao gosto local, como já fizemos nos EUA e no Oriente."
Diferenças
"Há diferenças entre americanos e europeus no que se refere ao luxo. Na classe executiva ou na primeira de um voo nos Estados Unidos, de cada dez americanos, oito tem relógios simples, de US$ 100. Na Europa, não. A maioria estará com relógios de grandes grifes. Um médico alemão, não necessariamente muito rico, terá um carro e um relógio de grife porque gosta de artigos de qualidade e bom gosto. Não para ostentar. Os brasileiros parecem-se mais com os europeus."
Recuperação
A grife criou um novo cargo para cuidar das vendas da Tag Heuer na América Latina. A contratação havia sido adiada em razão da crise. "Nosso negócio voltou ao seu ponto mais alto e podemos arcar com custos adicionais."
"Na classe executiva ou na primeira de um vôo nos EUA, de cada dez americanos, oito tem relógios simples, de US$ 100. Na Europa, não. A maioria estará com relógios de grandes grifes"
JOIA RARA
Véronique Claverie, diretora de marketing da Cartier no Brasil está otimista para 2011. A Cartier percebe o mercado brasileiro como um todo: as vendas feitas no Brasil mais as vendas feitas fora do país aos turistas brasileiros. "Hoje o cliente número 1 das butiques Cartier de Bal Harbour em Miami e de Buenos Aires é o brasileiro."
O QUE ESTOU LENDO
Gustavo Franco, sócio da Rio Bravo e ex- presidente do BC
Gustavo Franco, sócio da Rio Bravo Investimentos e ex-presidente do Banco Central, dedica-se à leitura de "Native Capital: Financial Institutions and Economic Development in São Paulo, Brazil, 1850-1920", de Anne G. Hanley, Stanford University Press, 2005.
"É obra de brasilianista nova, de perfil quantitativo, com muita pesquisa primária sobre o desenvolvimento bancário e financeiro de SP, com destaque para o início da República. Muito do que se escreveu sobre bancos nessa época é focado no Rio. E é fortemente influenciado pelo livro do Visconde Taunay sobre o encilhamento. Segundo ele, o início da República coincide com um delírio especulativo após o qual nada restou. Não é bem isso o que emerge desse livro, centrado em SP."
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e VERENA FORNETTI
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