O fim do sonho
O ESTADO DE SÃO PAULO - 28/11/09
Refugiados do trabalho: Muitos trabalhadores estrangeiros, grande parte de Bangladesh, atraídos pela promessa de trabalho farto e dinheiro para enviar para suas famílias na terra natal, estão agora presos em Dubai. As grandes obras estão paradas e muitos estão sendo mandados embora para casa. Esses têm sorte porque, como acontece com muita frequência, grande parte contrai dívidas com o empregador e acaba preso a eles.
Refugiados da hipoteca: Como nos Estados Unidos, o crescimento da economia e a rápida ascensão fez com que muitos acabassem assumindo grandes dívidas para comprar luxuosas casas, que acabam deixando de pagar ao perderem o emprego. Com o agravante da crise, o valor das propriedades caiu mais de 40%. Em Dubai, a falta de pagamento nas hipotecas é crime. Estrangeiros nessa situação acabam fugindo do país para não serem presos.
A ilha: Com o agravamento da crise em Dubai, fala-se até mesmo que a ilha artificial projetada em formato de palmeira com quase cinco quilômetros de comprimento está afundando, literalmente. O preço de uma vila caiu de US$ 5 milhões para US$ 2 milhões e, mesmo assim, não há compradores. Investidores que viram a oportunidade de ganhar muito dinheiro, compraram os imóveis antes mesmo que estes fossem construídos. Agora, o que sobrou para alguns deles foi um monte de areia.
O luxo ficou no passado: O país parecia seguro. Os estrangeiros que chegaram deslumbrados, agora deixam para trás o luxo que não têm mais condições de arcar. Casas colossais e carros importados são abandonados. Nos carros, chamando a atenção de quem passa pela rua, uma nota com pedido de desculpas. Não há dados oficiais, mas estima-se que mais de três mil carros foram abandonados este ano, alguns deles até mesmo com a chave no contato.
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