Milho: Quem manda é a demanda
PORTA DO AGRONEGÓCIO
Os estoques americanos serão reduzidos em 28%, segundo o USDA, notícia que causou forte alta em Chicago nesta terça-feira
O que interessa é a demanda. É só isso que o mundo espera: a retomada do consumo em meio ao fim da crise financeira mundial. E assim foi o relatório do USDA desta terça-feira, prevendo uma retomada da economia global no fim deste ano e uma expectativa de crescimento em torno de 2,3%. Em relação às exportações, o USDA estima que o Brasil irá atender o mundo com 10 milhões de toneladas, fato que destoa dos números assumidos pelas consultorias brasileiras, que acreditam em 8,0 milhões de toneladas. Os estoques americanos serão reduzidos em 28%, segundo o USDA, notícia que causou forte alta em Chicago nesta terça-feira.
No mercado doméstico vamos conviver com uma demanda tímida, pelo menos no primeiro semestre, na expectativa de uma leve melhora à partir de agosto, mês em que já teremos alguns contratos de exportação. No acumulado do ano temos 1,6 milhões de toneladas embarcadas, que nos lança para um ritmo projetado de 6,0 milhões de toneladas no ano de 2009.
As chuvas e a retração do câmbio deram um banho de água fria naqueles que esperavam uma escalada nos preços do milho no curto prazo. Vencimentos bancários no final de maio devem forçar vendas nas principais praças produtoras brasileiras, podendo encontrar baixa liquidez em função da crise de crédito que ainda assola a avicultura e suinocultura, principais consumidores de milho.
A BM&F ensaiou uma alta na tentativa de acompanhar Chicago, mas a curva foi revertida pelas notícias de chuvas torrenciais na região sul do país. Desta forma, o mercado permanece inalterado, na espera de fundamentos que desenhem o cenário do milho para 2008/2009. As exportações serão muito importantes para definir o rumo de preços, e para que elas ocorram o mercado está de olho na conjuntura econômica mundial para o segundo semestre.
Rodrigo Zobaran - www.agroblog.com.br
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