A intenção de parte dos tucanos de tratar como fato consumado a candidatura de José Serra à Presidência da República tem como pano de fundo uma única preocupação: evitar que os palanques estaduais se arrumem sem a interferência do partido. Afinal, as avaliações nos principais colégios eleitorais do país não se mostram nada confortáveis para o PSDB. No Rio Grande do Sul, Yeda Crusius vê ruir hoje suas perspectivas de reeleição. Em Pernambuco, a maré está para Eduardo Campos, aliado de Lula e candidato à reeleição. No Ceará, idem, com Cid Gomes (PSB). Na Bahia, Jaques Wagner tem boas chances de conquistar um segundo mandato. No Maranhão, Roseana Sarney é governo e não abre.
*** Para completar, em São Paulo, onde Serra reina absoluto, o candidato mais forte, o ex-governador Geraldo Alckmin, não conta com o apoio do DEM e nem do próprio Serra. O preferido lá é Aloysio Nunes Ferreira. Em Minas Gerais, depende de Aécio Neves. No Rio de Janeiro, Sérgio Cabral está mais para Lula do que para o PSDB. E, no ninho tucano, os tucanos de lá preferem Aécio, a quem tratam como “irmão”. Tanto é que, na sexta-feira, o governador mineiro foi recebido como “o candidato” por Cabral e pela Federação das Indústrias. |
Especialista I
O líder do PTB, Gim Argello (DF), indicará para a CPI da Petrobras o senador Fernando Collor de Mello (AL), que agora irá conhecer o lado estilingue de uma comissão parlamentar de inquérito. A maior experiência collorida nessa seara é como vidraça. Ainda dos tempos em que era presidente da República e o PT fazia a linha de frente das investigações com Aloizio Mercadante, José Dirceu e Luiz Gushiken.
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Especialista II
O senador Delcídio Amaral (PT-MS) é considerado nome certo do PT para compor a CPI da Petrobras. Foi diretor de Gás e Energia da empresa, em 1999, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso pelas mãos do PMDB. E, recentemente, foi relator do crédito de R$ 718 milhões da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
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Discursos
A Federação Única dos Petroleiros enviou ontem um fax aos senadores signatários da CPI da Petrobras. Filiado à CUT e ligado ao PT, o sindicato bate na tecla de que a oposição quer paralisar os investimentos da estatal, notadamente os do PAC, no qual a Petrobras participa com cerca de 60% do aporte.
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Quintal
As rusgas paroquiais tiveram peso preponderante na decisão de senadores da base aliada em assinar a CPI da Petrobras. Geraldo Mesquita Jr (PMDB-AC), por exemplo, aponta no PT de Tião Viana (AC) a fonte das denúncias de que ficava com 40% do salários dos funcionários de seu gabinete. Em Roraima, Mozarildo Cavalcanti (PTB) é o arquirrival do líder do PMDB no Senado, Romero Jucá (PMDB), dono de nomeações na Petrobras.
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No forno
Está para ser votado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara o projeto do deputado Octávio Germano (PP-RS) que acaba com o segredo de Justiça nos processos que tenham como réus membros do Poder Legislativo. E vem com um plus: uma emenda do deputado Roberto Magalhães (DEM-PE) incluiu integrantes do Executivo e do Judiciário. A ordem é transparência total.
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No cafezinho
De olho/ O comando do PSB vai reunir a sua bancada nesta quarta-feira para discutir a reforma política, mais especificamente o voto em lista fechada, na qual o eleitor vota no partido. “A maioria dos nossos deputados é contra”, adianta o líder Rodrigo Rollemberg (foto), que já ouviu de alguns colegas no plenário a seguinte frase: “O dr. Ulysses foi o senhor diretas. Quero ver quem será o senhor indiretas que aprovará essa lista”, repete o socialista.
Se a moda pega…/… estudante não vai mais pagar para andar de ônibus. Ou melhor, terá a sua passagem paga pelo governo. O vice-governador Paulo Octávio vai reunir hoje um grupo de líderes estudantis para discutir o projeto de isenção do vale-transporte a todos os estudantes do Distrito Federal. São R$ 2 milhões/mês.
Reprise/ Acusada sem sucesso pela oposição de fazer campanha antecipada na Marcha dos Prefeitos, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, é anunciada pela União dos Vereadores do Brasil (UVB) como a estrela da abertura do encontro nacional da turma das câmaras municipais, em 27 de maio. Dilma, é claro, falará de PAC.
Guerrilha/ Depois de perder o governo do Maranhão, o PDT tenta segurar o comando dos municípios sob sua gestão. Nada menos que 42 dos 67 prefeitos do partido tiveram seus mandatos pedidos na Justiça Eleitoral por adversários políticos. Os pedetistas acham que é uma ação orquestrada e vão colocar a boca no trombone, da mesma forma que fizeram quando da cassação do mandato do governador Jackson Lago. |
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