ZERO HORA - 13/10
O certo é que, coincidente com o resultado das urnas ou não, houve uma série de fatos que mudaram o quadro, de modo que subitamente tudo parecia alterado. A pretendida reeleição da presidente Dilma ficou pela metade a despeito da milionária campanha celebrada, uma força nova entrou em cena com vigor, a ponto de ocupar posição no procênio quando era quase obscura. Isto me parece relevante.
Enquanto isso, antes da eleição, entidades de pesquisa divulgavam prognósticos como se possuíssem certeza científica, quando essas especulações eram predominantemente meras especulações.
A única pesquisa passível de ser aferida é a que se denomina “boca de urna” no dia da eleição e mesmo assim neste pleito ensejou erros constrangedores.
Não obstante, é impressionante a onipotência dos órgãos de pesquisa, que chegam mesmo a se atribuir a “margem de erro”, ao estabelecer o limite percentual de sua infalibilidade, quando a moderação nunca é demasiada, especialmente em afirmações que não se podem provar.
É de espantar que as pesquisas chegam ao requinte de especular a hipótese da hipótese, ou seja, se tal ou qual candidato for eleito no primeiro turno, adiantam qual seria o resultado no segundo turno. Infelizmente esse conjunto de palpites pode influenciar o resultado de uma eleição, sem qualquer responsabilidade a quem os emitiu.
Nem de longe se está a questionar a utilidade das empresas que fazem pesquisas, mas é conveniente relativizar suas conclusões. A nossa presidente parece que não considerou a margem de erro no tocante à honestidade de dirigentes da Petrobrás e de alguns ministros e o triste resultado não lhe foi lisonjeiro.
Mais poderia ser dito sobre a eleição do dia e 5 e o segundo turno, mas limitado no espaço fico nesta reflexão. Se os promotores de pesquisas não apresentassem seus prognósticos como próximos da infalibilidade, poderiam ter evitado o vexame a que foram submetidos. Bastaria dizer que erraram e, assim como o samba de Noel Rosa, tudo não teria passado de um “Palpite infeliz”.
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