CORREIO BRAZILIENSE - 23/07
Já houve quem dissesse que as pessoas não comem PIB, tentando diminuir a importância que os economistas de formação mais sólida costumam atribuir ao crescimento do Produto Interno Bruto (soma de todas as riquezas produzidas) de um país durante um ano. A frase de efeito pode arrancar aplausos de plateias menos informadas ou excessivamente envolvidas em campanhas eleitorais e, portanto, prontas a concordar com tudo que seu candidato diz no palanque.
Mas todos deveriam saber que a ausência de crescimento econômico cobra caro de toda a sociedade e, principalmente, dos mais pobres e dos mais jovens. Medir o comportamento do PIB significa estar atento ao estado de saúde da economia e à sua capacidade de criar e manter oportunidades de trabalho e renda.
Por isso, não parece ser o melhor para o país a encomenda de frases bem pensadas a algum marqueteiro para minimizar a importância do desempenho perigosamente ruim da economia brasileira neste e nos últimos dois anos. Nem é preciso esperar a confirmação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do baixíssimo crescimento da economia no segundo e nos dois próximos trimestres. O que se sabe já é suficiente para que o governo faça diagnóstico realista do que está ocorrendo e não tente escondê-lo.
A pessoas e as empresas que movimentam muito dinheiro - delas ou dos outros - trabalham com contratos que envolvem prazos e riscos de não serem pagos ou de ficarem abaixo dos custos financeiros (juros) envolvidos. Por esse motivo, fazem grande esforço de antecipação dos acontecimentos, já que o sucesso ou o fracasso de seus negócios depende de errarem menos nas previsões.
Ajudadas por economistas que se especializam nessa função, essas pessoas e empresas aumentam ou diminuem suas apostas nos negócios que realizam, conforme as previsões. Todas as semanas, o Banco Central recolhe e divulga prognósticos de 100 desses especialistas e faz uma média das provisões para a inflação, o crescimento da economia, a taxa de câmbio e outros dados. Não se trata, portanto, de dado oficial, definitivo, mas, considerando a base de consulta, é uma fonte respeitável sobre as tendências.
Foi essa fonte que, na segunda-feira, trouxe, pela primeira vez nos últimos meses, uma projeção de crescimento do PIB menor do que 1% para este ano: 0,97%. O número fala por si, mas pesa muito mais o que reflete e o contexto em que se insere. Primeiro, porque essa foi a oitava queda semanal seguida. Depois, porque, se confirmada pelo IBGE, joga mais água fria na confiança dos empresários de que o governo tenha condição de reverter a tendência ainda este ano, ou mesmo no ano que vem. E, sem essa confiança, não investem em máquinas nem contratam mão de obra.
A esta altura, parece claro que os agentes econômicos estão de olho apenas na campanha eleitoral e no resultado das urnas, e não há como tirar deles a razão. O que sobra é a certeza de que nada os reanimará, a não ser o compromisso de resgatar a credibilidade de uma política econômica que faça voltar o mais rapidamente possível o investimento e o estímulo à produção.
Mas todos deveriam saber que a ausência de crescimento econômico cobra caro de toda a sociedade e, principalmente, dos mais pobres e dos mais jovens. Medir o comportamento do PIB significa estar atento ao estado de saúde da economia e à sua capacidade de criar e manter oportunidades de trabalho e renda.
Por isso, não parece ser o melhor para o país a encomenda de frases bem pensadas a algum marqueteiro para minimizar a importância do desempenho perigosamente ruim da economia brasileira neste e nos últimos dois anos. Nem é preciso esperar a confirmação pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do baixíssimo crescimento da economia no segundo e nos dois próximos trimestres. O que se sabe já é suficiente para que o governo faça diagnóstico realista do que está ocorrendo e não tente escondê-lo.
A pessoas e as empresas que movimentam muito dinheiro - delas ou dos outros - trabalham com contratos que envolvem prazos e riscos de não serem pagos ou de ficarem abaixo dos custos financeiros (juros) envolvidos. Por esse motivo, fazem grande esforço de antecipação dos acontecimentos, já que o sucesso ou o fracasso de seus negócios depende de errarem menos nas previsões.
Ajudadas por economistas que se especializam nessa função, essas pessoas e empresas aumentam ou diminuem suas apostas nos negócios que realizam, conforme as previsões. Todas as semanas, o Banco Central recolhe e divulga prognósticos de 100 desses especialistas e faz uma média das provisões para a inflação, o crescimento da economia, a taxa de câmbio e outros dados. Não se trata, portanto, de dado oficial, definitivo, mas, considerando a base de consulta, é uma fonte respeitável sobre as tendências.
Foi essa fonte que, na segunda-feira, trouxe, pela primeira vez nos últimos meses, uma projeção de crescimento do PIB menor do que 1% para este ano: 0,97%. O número fala por si, mas pesa muito mais o que reflete e o contexto em que se insere. Primeiro, porque essa foi a oitava queda semanal seguida. Depois, porque, se confirmada pelo IBGE, joga mais água fria na confiança dos empresários de que o governo tenha condição de reverter a tendência ainda este ano, ou mesmo no ano que vem. E, sem essa confiança, não investem em máquinas nem contratam mão de obra.
A esta altura, parece claro que os agentes econômicos estão de olho apenas na campanha eleitoral e no resultado das urnas, e não há como tirar deles a razão. O que sobra é a certeza de que nada os reanimará, a não ser o compromisso de resgatar a credibilidade de uma política econômica que faça voltar o mais rapidamente possível o investimento e o estímulo à produção.
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