CORREIO BRAZILIENSE - 04/07
Restava uma esperança de que a indústria esboçasse no segundo trimestre uma reação que permitisse projeções menos pessimistas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2014. Por isso mesmo, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao desempenho do setor em maio são motivo de preocupação e não serão responsáveis qualquer tentativa de desprezar sua importância.
Com um recuo de 0,6% em relação a abril, a atividade industrial do país completou o terceiro mês consecutivo em queda na margem (sobre o mês anterior). Depois de um começo de ano tímido, mas com desempenho positivo, o setor teve perda de 0,5% em março e igual percentual negativo em abril. E essas perdas se espalham por 15 dos 24 ramos industriais pesquisados mensalmente pelo IBGE.
As maiores perdas em maio foram registradas na indústria automotiva (12,5%), na siderurgia (8,8%), nas indústrias química e petroquímica (6,4%). Com isso, o resultado acumulado de janeiro a maio é 1,6% menor que o de igual período do ano passado. Maio de 2014 comparado com maio 2013 revela recuo de 3,2%. Parece fora de dúvida que este será mais um ano ruim para a indústria brasileira.
Mas não é tudo. Os dados revelam também que os empresários do setor guardaram na gaveta seus projetos de expansão dos negócios e, não menos grave, de modernização de seus equipamentos para aumentar a competitividade. É o que revela a queda na produção de bens de capital, segmento que já recuou 5,8% no acumulado do ano. Essa queda poderia ter sido compensada pela importação de máquinas e equipamentos tecnologicamente avançados, mas não é o que está ocorrendo. Os dados das importações brasileiras do semestre já estão disponíveis e revelam que os US$ 21,1 bilhões referentes a bens de capital representam queda de 5,1% na comparação com o primeiro semestre de 2013.
É o resultado de uma postura que já deixou de ser cautelosa para refletir um estado de falta de confiança do empresário na economia. Ante o recuo do crédito e o esfriamento geral do consumo, a indústria reluta em aumentar a produção, evitando estoques de matéria-prima e de produtos acabados.
Em outra ponta, a falta de competitividade, duramente atingida pelas deficiências de infraestrutura, pela carga tributária elevada e pelos entraves burocráticos que contribuem para elevar o custo de se produzir no Brasil, e a aposta em parcerias comerciais menos rendosas dificultam a compensação desse esfriamento com exportações. É o que comprova a participação cada vez maior dos produtos básicos na pauta brasileira de exportações. No primeiro semestre, esses produtos representaram, pela primeira vez em 34 anos, mais da metade do valor exportado: 50,8%.
Nessa situação, baixa a disposição de investir, já que não se vislumbra retorno em tempo razoável para o capital, que vai em busca de alternativas mais seguras. Confirma-se, assim, a necessidade de se rever a orientação das políticas econômica e de relacionamento comercial do país, sob pena de se comprometerem empregos e inclusões sociais conquistados pela sociedade.
Com um recuo de 0,6% em relação a abril, a atividade industrial do país completou o terceiro mês consecutivo em queda na margem (sobre o mês anterior). Depois de um começo de ano tímido, mas com desempenho positivo, o setor teve perda de 0,5% em março e igual percentual negativo em abril. E essas perdas se espalham por 15 dos 24 ramos industriais pesquisados mensalmente pelo IBGE.
As maiores perdas em maio foram registradas na indústria automotiva (12,5%), na siderurgia (8,8%), nas indústrias química e petroquímica (6,4%). Com isso, o resultado acumulado de janeiro a maio é 1,6% menor que o de igual período do ano passado. Maio de 2014 comparado com maio 2013 revela recuo de 3,2%. Parece fora de dúvida que este será mais um ano ruim para a indústria brasileira.
Mas não é tudo. Os dados revelam também que os empresários do setor guardaram na gaveta seus projetos de expansão dos negócios e, não menos grave, de modernização de seus equipamentos para aumentar a competitividade. É o que revela a queda na produção de bens de capital, segmento que já recuou 5,8% no acumulado do ano. Essa queda poderia ter sido compensada pela importação de máquinas e equipamentos tecnologicamente avançados, mas não é o que está ocorrendo. Os dados das importações brasileiras do semestre já estão disponíveis e revelam que os US$ 21,1 bilhões referentes a bens de capital representam queda de 5,1% na comparação com o primeiro semestre de 2013.
É o resultado de uma postura que já deixou de ser cautelosa para refletir um estado de falta de confiança do empresário na economia. Ante o recuo do crédito e o esfriamento geral do consumo, a indústria reluta em aumentar a produção, evitando estoques de matéria-prima e de produtos acabados.
Em outra ponta, a falta de competitividade, duramente atingida pelas deficiências de infraestrutura, pela carga tributária elevada e pelos entraves burocráticos que contribuem para elevar o custo de se produzir no Brasil, e a aposta em parcerias comerciais menos rendosas dificultam a compensação desse esfriamento com exportações. É o que comprova a participação cada vez maior dos produtos básicos na pauta brasileira de exportações. No primeiro semestre, esses produtos representaram, pela primeira vez em 34 anos, mais da metade do valor exportado: 50,8%.
Nessa situação, baixa a disposição de investir, já que não se vislumbra retorno em tempo razoável para o capital, que vai em busca de alternativas mais seguras. Confirma-se, assim, a necessidade de se rever a orientação das políticas econômica e de relacionamento comercial do país, sob pena de se comprometerem empregos e inclusões sociais conquistados pela sociedade.
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