CORREIO BRAZILIENSE - 16/05
Depois de idas e vindas, que incluiu até consulta ao Supremo tribunal Federal, a CPI da Petrobras ganhou cara, pauta e assentos. Instalada na quarta-feira no Senado, é o retrato da chapa-branca. Dos 13 integrantes, só um é da oposição. DEM e PSDB se negaram a participar do jogo de cena. Insistem na CPI do Congresso, que inclui parlamentares das duas casas.
Além de membros alinhados com o governo, o Palácio do Planalto foi determinante na escolha de Vital do Rêgo (PMDB-PB) para presidir os trabalhos e José Pimentel (PT-CE) para a relatoria - ambos fiéis aliados de Dilma Rousseff. Não só. A pauta desvia o foco do objeto que motivou a CPI.
O plano de trabalho deixou de fora os diretores que integravam o Conselho de Administração em 2006, quando a empresa comprou a refinaria de Pasadena com o aval da hoje presidente Dilma. Só deverá comparecer Nestor Cerveró, responsabilizado pelo parecer acusado de incompleto que teria induzido a erro de avaliação. Graça Foster e Sérgio Gabrieli, que já depuseram na Câmara e no Senado, deverão repetir a dose.
Por seu lado, tema cuja inclusão havia sido negada pelo STF figura na pauta. É o caso do Porto de Suape, construído no governo de Eduardo Campos, adversário de Dilma na corrida ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro. Em suma: instalou-se uma CPI às avessas. Em vez de concentrar esforços nas irregularidades acaso existentes na Petrobras, vai apurar contrabando.
A manobra só tem perdedores. Um deles é o Legislativo. Desmoralizar um dos mecanismos de investigação mais importantes do Congresso contribui para distanciar ainda mais os representantes dos representados. Aos brasileiros interessa conhecer a real situação da empresa símbolo do país. A campanha O Petróleo É Nosso, na segunda metade do século passado, mobilizou cidadãos de norte a sul do Brasil para diminuir a dependência do óleo negro.
Mas o grande perdedor é a Petrobras. A empresa não merece ver o nome mergulhado em acusações de falcatruas. É importante - para a instituição, os acionistas e o país - passar as denúncias a limpo. Impõe-se investigar com seriedade, apurar os fatos e punir os responsáveis. Seja qual for, o saldo de trabalho sensato beneficia a petroleira.
Manter dúvidas sobre os procedimentos internos e externos contribui para rebaixar o conceito da empresa no âmbito nacional e internacional. A expectativa é que vingue a CPI do Congresso. Sem transformar a comissão em palanque e com a presença equilibrada de oposição e situação, vislumbra-se um fio de esperança - que a Petrobras seja tratada com a dignidade e o respeito que todos esperam.
Além de membros alinhados com o governo, o Palácio do Planalto foi determinante na escolha de Vital do Rêgo (PMDB-PB) para presidir os trabalhos e José Pimentel (PT-CE) para a relatoria - ambos fiéis aliados de Dilma Rousseff. Não só. A pauta desvia o foco do objeto que motivou a CPI.
O plano de trabalho deixou de fora os diretores que integravam o Conselho de Administração em 2006, quando a empresa comprou a refinaria de Pasadena com o aval da hoje presidente Dilma. Só deverá comparecer Nestor Cerveró, responsabilizado pelo parecer acusado de incompleto que teria induzido a erro de avaliação. Graça Foster e Sérgio Gabrieli, que já depuseram na Câmara e no Senado, deverão repetir a dose.
Por seu lado, tema cuja inclusão havia sido negada pelo STF figura na pauta. É o caso do Porto de Suape, construído no governo de Eduardo Campos, adversário de Dilma na corrida ao Palácio do Planalto nas eleições de outubro. Em suma: instalou-se uma CPI às avessas. Em vez de concentrar esforços nas irregularidades acaso existentes na Petrobras, vai apurar contrabando.
A manobra só tem perdedores. Um deles é o Legislativo. Desmoralizar um dos mecanismos de investigação mais importantes do Congresso contribui para distanciar ainda mais os representantes dos representados. Aos brasileiros interessa conhecer a real situação da empresa símbolo do país. A campanha O Petróleo É Nosso, na segunda metade do século passado, mobilizou cidadãos de norte a sul do Brasil para diminuir a dependência do óleo negro.
Mas o grande perdedor é a Petrobras. A empresa não merece ver o nome mergulhado em acusações de falcatruas. É importante - para a instituição, os acionistas e o país - passar as denúncias a limpo. Impõe-se investigar com seriedade, apurar os fatos e punir os responsáveis. Seja qual for, o saldo de trabalho sensato beneficia a petroleira.
Manter dúvidas sobre os procedimentos internos e externos contribui para rebaixar o conceito da empresa no âmbito nacional e internacional. A expectativa é que vingue a CPI do Congresso. Sem transformar a comissão em palanque e com a presença equilibrada de oposição e situação, vislumbra-se um fio de esperança - que a Petrobras seja tratada com a dignidade e o respeito que todos esperam.
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