FOLHA DE SP - 06/04
Pesquisa Datafolha aponta perda de prestígio da presidente Dilma Rousseff e indica cenário eleitoral cada vez mais indefinido
O prestígio da presidente Dilma Rousseff degradou-se de modo relevante entre fevereiro e o início deste mês, indica pesquisa Datafolha. A avaliação do governo está em baixa, menos eleitores pretendem votar na pré-candidata petista e houve deterioração considerável das expectativas econômicas.
Ainda assim, a presidente venceria a eleição no primeiro turno em uma disputa com os atuais pré-candidatos, os quais não se beneficiaram do desgaste do governo.
Decerto Dilma teria menos votos que seu padrinho, o ex-presidente Lula; teria de enfrentar um segundo turno caso Marina Silva tomasse o lugar de Eduardo Campos na chapa do PSB. A conjunção de declínio nas pesquisas com a torrente de adversidades na política e na economia deve realimentar a especulação a respeito de mudanças na chapa governista.
Diminuiu de 41% para 36% a parcela do eleitorado que avalia o governo como ótimo ou bom. Ressalte-se, porém, que desde novembro difunde-se com rapidez a opinião de que a gestão Dilma é ruim ou péssima, ora em 25%. A diferença entre os "ótimo/bom" e os "ruim/péssimo" baixou portanto a 11 pontos, a menor desde junho de 2013, quando chegara a cinco.
No conjunto da pesquisa, aliás, a avaliação do governo e as expectativas dos brasileiros voltaram a ficar muito próximas do nível de crítica e pessimismo registrado no mês das grandes manifestações.
No caso das expectativas de inflação, o pessimismo é até mais intenso que o verificado no sismo de 2013. Na verdade, não era tão exacerbado desde os graves choques econômicos da desvalorização do real, em 1999, ou do racionamento de eletricidade, em 2001.
Nem sempre a percepção de piora na economia está associada a fatos econômicos. Crises como a revelação do mensalão ou os protestos de junho, por exemplo, suscitaram incerteza e pessimismo. Além disso, apesar das acerbas críticas à política econômica e da inflação renitente, não houve deterioração das condições de vida, mas redução do ritmo de melhorias.
Para 65% dos entrevistados, todavia, a inflação aumentará, ante 54% em junho; para 45%, haverá mais desemprego, ante 44% em meados do ano passado.
Há decepção com a presidente: 63% consideram que Dilma Rousseff fez menos do que se esperava pelo país, opinião que flutuava em torno de 37% até meados do ano passado. O eleitorado, entretanto, não transferiu votos para a oposição. Ademais, cerca de 25% dos entrevistados não votariam em nenhum dos atuais nomes.
O eleitorado ora daria folgada vitória a Dilma Rousseff. Mas as pesquisas registram desde junho volatilidade das emoções políticas e um não-sei-quê de desejo de mudanças ainda insatisfeito pelo cardápio político de agora. Em suma, aumentou a incerteza a respeito do resultado da eleição.
O prestígio da presidente Dilma Rousseff degradou-se de modo relevante entre fevereiro e o início deste mês, indica pesquisa Datafolha. A avaliação do governo está em baixa, menos eleitores pretendem votar na pré-candidata petista e houve deterioração considerável das expectativas econômicas.
Ainda assim, a presidente venceria a eleição no primeiro turno em uma disputa com os atuais pré-candidatos, os quais não se beneficiaram do desgaste do governo.
Decerto Dilma teria menos votos que seu padrinho, o ex-presidente Lula; teria de enfrentar um segundo turno caso Marina Silva tomasse o lugar de Eduardo Campos na chapa do PSB. A conjunção de declínio nas pesquisas com a torrente de adversidades na política e na economia deve realimentar a especulação a respeito de mudanças na chapa governista.
Diminuiu de 41% para 36% a parcela do eleitorado que avalia o governo como ótimo ou bom. Ressalte-se, porém, que desde novembro difunde-se com rapidez a opinião de que a gestão Dilma é ruim ou péssima, ora em 25%. A diferença entre os "ótimo/bom" e os "ruim/péssimo" baixou portanto a 11 pontos, a menor desde junho de 2013, quando chegara a cinco.
No conjunto da pesquisa, aliás, a avaliação do governo e as expectativas dos brasileiros voltaram a ficar muito próximas do nível de crítica e pessimismo registrado no mês das grandes manifestações.
No caso das expectativas de inflação, o pessimismo é até mais intenso que o verificado no sismo de 2013. Na verdade, não era tão exacerbado desde os graves choques econômicos da desvalorização do real, em 1999, ou do racionamento de eletricidade, em 2001.
Nem sempre a percepção de piora na economia está associada a fatos econômicos. Crises como a revelação do mensalão ou os protestos de junho, por exemplo, suscitaram incerteza e pessimismo. Além disso, apesar das acerbas críticas à política econômica e da inflação renitente, não houve deterioração das condições de vida, mas redução do ritmo de melhorias.
Para 65% dos entrevistados, todavia, a inflação aumentará, ante 54% em junho; para 45%, haverá mais desemprego, ante 44% em meados do ano passado.
Há decepção com a presidente: 63% consideram que Dilma Rousseff fez menos do que se esperava pelo país, opinião que flutuava em torno de 37% até meados do ano passado. O eleitorado, entretanto, não transferiu votos para a oposição. Ademais, cerca de 25% dos entrevistados não votariam em nenhum dos atuais nomes.
O eleitorado ora daria folgada vitória a Dilma Rousseff. Mas as pesquisas registram desde junho volatilidade das emoções políticas e um não-sei-quê de desejo de mudanças ainda insatisfeito pelo cardápio político de agora. Em suma, aumentou a incerteza a respeito do resultado da eleição.
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