FOLHA DE SP - 18/02
CANBERRA (AUSTRÁLIA) - Brasil e Austrália são como uma gangorra. Ambos são lindos, enormes e razoavelmente novos --a Austrália é ainda mais jovem--, mas os dados ou índices dos dois países são curiosamente invertidos.
Arredondando, o Brasil é o quinto maior país do mundo, com 8,5 milhões de quilômetros quadrados, e a Austrália vem logo atrás: é o sexto, com 7,6 milhões.
Olhando-se o tamanho da população, porém, há um fosso imenso. O Brasil continua em quinto do mundo, enquanto a Austrália come poeira: está em 52º lugar. A diferença, mais uma vez arredondando, é de 25 para 200 milhões.
A desproporção entre território e habitantes --o Brasil densamente povoado e a Austrália com baixa densidade populacional-- deságua na inversão entre o PIB e o PIB per capita dos dois países.
O Brasil está entre a sexta e a oitava economia e a Austrália fica em torno da 13ª. Mas, quando o indicador é o PIB per capita, a Austrália é muito bem situada, já o Brasil...
Ou seja: o Brasil é mais rico e muito mais populoso, e a Austrália, bem menos povoada, dependendo de migrantes, tem uma qualidade de vida muito melhor. Até porque a renda é dividida por bem menos cidadãos.
Como impressão de quem está apenas de passagem: a capital, Canberra, a jovial Sydney e a pujante Brisbane são muito limpas, organizadas, modernas. E você não vê favelas e miseráveis, nem morre de medo de botar o nariz na rua e levar um tiro. Os índices de violência são muito baixos e os "black blocs" não têm nem espaço nem motivação. Tudo na santa paz.
Foi nesse clima que Sidney hospedou a Olimpíada de 2000 e vai receber os ministros da Fazenda e os presidentes de bancos centrais do G20 (que inclui as maiores economias do planeta) a partir de sexta-feira.
Mantega e Tombini vão ter a chance de olhar ao redor e ficar com uma pontinha de inveja.
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