CORREIO BRAZILIENSE - 18/01
A ampliação temporária da malha aérea anunciada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) dificilmente se traduzirá em conforto para os passageiros. São 1.973 voos extras durante a realização da Copa. Se necessário, há a possibilidade de alterar destinos. O número, comparável a gota d"água no oceano, representa 1% do total de voos em operação atualmente. Considerada a precariedade da infraestrutura aeroportuária, corre-se o risco de estrangulamento maior do que o observado hoje.
Com razão, teme-se o caos. O transporte aéreo tem sofrido processo de acelerado esgotamento da capacidade de responder à procura. Graças à ascensão das classes C e D, pessoas que não sonhavam andar de avião trocaram o ônibus pela aeronave. A demanda não teve a natural contrapartida. O quadro piora quando se sabe que simples falha em um aeroporto pode se desdobrar em efeito cascata.
Como bebê que cresce sem mudar o tamanho das roupas, a estrutura se tornou insuficiente para atender adultos e crianças que se locomovem por este imenso país. As áreas internas e externas ficaram pequenas. Estacionamentos, pistas, pontes de embarque e desembarque, esteiras, assentos, balcões, banheiros, lanchonetes não correspondem à procura. Atrasos, cancelamento de voos, longas filas, extravio de bagagem, falta de pessoal qualificado aliam-se às elevadas tarifas para tornar a viagem a antessala do inferno. Pior: as perspectivas de melhora são remotas a curto e a médio prazo.
Bem tarde o governo se deu conta de que até improvisos no setor exigem tempo e planejamento. As concessões vieram com atraso. É lamentável, embora não surpreenda. Os povos têm marcas. São características que os tornam únicos, diferentes dos tantos que povoam o planeta. Os brasileiros não fogem à regra. Tão verde-amarela quanto a caipirinha e a feijoada é a inclinação pelo adiamento. Deixa-se para depois o que pode ser feito agora. Consequência imediata da inelutável tendência à procrastinação é o descaso com o planejamento.
Sem projetos concretos, confia-se no jeitinho. Espera-se chegar ao resultado esperado por vias tortas, bem distantes das ortodoxas. Com os aeroportos, a história manteve o enredo. É fácil concluir que o problema não reside na realização da Copa no país. Vem de antes. O Campeonato Mundial de Futebol deu visibilidade à tragédia. Os possíveis 600 mil estrangeiros que virão ao Brasil não trariam preocupação se o setor estivesse atualizado com as urgências nacionais. Considerado, porém, o quadro de descalabro, há o risco concreto de agravamento do caos.
Com razão, teme-se o caos. O transporte aéreo tem sofrido processo de acelerado esgotamento da capacidade de responder à procura. Graças à ascensão das classes C e D, pessoas que não sonhavam andar de avião trocaram o ônibus pela aeronave. A demanda não teve a natural contrapartida. O quadro piora quando se sabe que simples falha em um aeroporto pode se desdobrar em efeito cascata.
Como bebê que cresce sem mudar o tamanho das roupas, a estrutura se tornou insuficiente para atender adultos e crianças que se locomovem por este imenso país. As áreas internas e externas ficaram pequenas. Estacionamentos, pistas, pontes de embarque e desembarque, esteiras, assentos, balcões, banheiros, lanchonetes não correspondem à procura. Atrasos, cancelamento de voos, longas filas, extravio de bagagem, falta de pessoal qualificado aliam-se às elevadas tarifas para tornar a viagem a antessala do inferno. Pior: as perspectivas de melhora são remotas a curto e a médio prazo.
Bem tarde o governo se deu conta de que até improvisos no setor exigem tempo e planejamento. As concessões vieram com atraso. É lamentável, embora não surpreenda. Os povos têm marcas. São características que os tornam únicos, diferentes dos tantos que povoam o planeta. Os brasileiros não fogem à regra. Tão verde-amarela quanto a caipirinha e a feijoada é a inclinação pelo adiamento. Deixa-se para depois o que pode ser feito agora. Consequência imediata da inelutável tendência à procrastinação é o descaso com o planejamento.
Sem projetos concretos, confia-se no jeitinho. Espera-se chegar ao resultado esperado por vias tortas, bem distantes das ortodoxas. Com os aeroportos, a história manteve o enredo. É fácil concluir que o problema não reside na realização da Copa no país. Vem de antes. O Campeonato Mundial de Futebol deu visibilidade à tragédia. Os possíveis 600 mil estrangeiros que virão ao Brasil não trariam preocupação se o setor estivesse atualizado com as urgências nacionais. Considerado, porém, o quadro de descalabro, há o risco concreto de agravamento do caos.
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