O ESTADO DE S. PAULO - 16/11
O déficit comercial brasileiro de produtos industrializados neste ano pode ser ligeiramente menor do que o de 2012. A recente desvalorização cambial deve contribuir fortemente para que isso ocorra. Mesmo assim, será um déficit imenso, de cerca de US$ 100 bilhões.
Desde 2007, quando foi registrado pela primeira vez na balança comercial em muitos anos, o déficit no comércio de produtos manufaturados cresceu continuamente até o ano passado, e não há indicações de que possa se reduzir de maneira significativa no curto prazo. É crescente a participação dos bens importados no consumo interno de produtos industriais e decrescente a fatia dos produtos manufaturados brasileiros no mercado mundial. São os sinais mais evidentes da contínua perda de competitividade da indústria brasileira.
Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) sobre coeficientes de abertura comercial constatou que, no terceiro trimestre de 2013, a participação dos importados no consumo industrial brasileiro voltou a crescer e bateu novo recorde, alcançando 21,8% do total (no segundo trimestre, ela ficara em 21,1%).
A crise mundial iniciada em 2008 fez cair a participação dos importados no consumo brasileiro de produtos industrializados, de cerca de 20% para menos de 16% do total. Desde o início de 2010, no entanto, ou seja, há 14 trimestres consecutivos, essa presença vem crescendo, e agora já está em nível mais alto do que o pico alcançado pouco antes da crise.
Essa contínua elevação da fatia dos importados "é explicada, principalmente, por dificuldades do lado da oferta, com a perda da competitividade da indústria", diz o estudo da CNI. E essa perda é mais notável no segmento de produtos de média e alta tecnologia, cujo comércio é o que mais cresce no mundo. As importações brasileiras desses produtos crescem mais depressa do que as dos demais, como mostram outros estudos.
É também a perda de competitividade que explica a redução do peso dos manufaturados na pauta de exportações do Brasil e o encolhimento da fatia dos produtos brasileiros no comércio mundial de industrializados, sobretudo de bens finais.
A presença brasileira no mercado de produtos industrializados tornou-se insignificante. Entre 2005 e 2012, as exportações de industrializados brasileiros para a Europa cresceram apenas 2% ao ano, bem menos do que a evolução do comércio mundial. Por isso, o País responde hoje por apenas 0,3% das importações europeias de bens manufaturados. Evolução semelhante tiveram as exportações de manufaturados brasileiros para os Estados Unidos, onde o Brasil continua a perder espaço para a China.
É curioso que, desde a chegada do PT ao poder, o governo brasileiro vem adotando políticas publicamente anunciadas como de estímulo à indústria nacional, sobretudo com a sistemática elevação de tarifas de importação de bens manufaturados. Levantamento recente da Organização Mundial do Comércio (OMC) mostrou que, entre os países do G-20, o Brasil é o que aplica as maiores tarifas de importação sobre bens industrializados.
Essa proteção, condenada por parceiros comerciais do Brasil, vem sendo reivindicada com insistência por diferentes segmentos da indústria.
Em setembro do ano passado, o governo ergueu uma forte barreira à importação de cem produtos, que respondem por cerca de 4% de tudo o que País importa. Era medida com prazo determinado de validade e, esgotado este, o governo anunciou, como se esperava, a redução das alíquotas. Diversos setores industriais reagiram contra essa medida, mesmo sendo ela prevista.
O que os números sobre a presença de produtos estrangeiros no mercado interno e de produtos brasileiros no mercado exterior mostram é que medidas desse tipo não produzem resultados de longo prazo. A indústria e a economia brasileira necessitam é de um sistema tributário mais eficiente, de infraestrutura adequada, de sistema educacional que atenda às necessidades nacionais e de menores custos de logística, de energia e de capital. É da redução do custo Brasil.
Desde 2007, quando foi registrado pela primeira vez na balança comercial em muitos anos, o déficit no comércio de produtos manufaturados cresceu continuamente até o ano passado, e não há indicações de que possa se reduzir de maneira significativa no curto prazo. É crescente a participação dos bens importados no consumo interno de produtos industriais e decrescente a fatia dos produtos manufaturados brasileiros no mercado mundial. São os sinais mais evidentes da contínua perda de competitividade da indústria brasileira.
Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex) sobre coeficientes de abertura comercial constatou que, no terceiro trimestre de 2013, a participação dos importados no consumo industrial brasileiro voltou a crescer e bateu novo recorde, alcançando 21,8% do total (no segundo trimestre, ela ficara em 21,1%).
A crise mundial iniciada em 2008 fez cair a participação dos importados no consumo brasileiro de produtos industrializados, de cerca de 20% para menos de 16% do total. Desde o início de 2010, no entanto, ou seja, há 14 trimestres consecutivos, essa presença vem crescendo, e agora já está em nível mais alto do que o pico alcançado pouco antes da crise.
Essa contínua elevação da fatia dos importados "é explicada, principalmente, por dificuldades do lado da oferta, com a perda da competitividade da indústria", diz o estudo da CNI. E essa perda é mais notável no segmento de produtos de média e alta tecnologia, cujo comércio é o que mais cresce no mundo. As importações brasileiras desses produtos crescem mais depressa do que as dos demais, como mostram outros estudos.
É também a perda de competitividade que explica a redução do peso dos manufaturados na pauta de exportações do Brasil e o encolhimento da fatia dos produtos brasileiros no comércio mundial de industrializados, sobretudo de bens finais.
A presença brasileira no mercado de produtos industrializados tornou-se insignificante. Entre 2005 e 2012, as exportações de industrializados brasileiros para a Europa cresceram apenas 2% ao ano, bem menos do que a evolução do comércio mundial. Por isso, o País responde hoje por apenas 0,3% das importações europeias de bens manufaturados. Evolução semelhante tiveram as exportações de manufaturados brasileiros para os Estados Unidos, onde o Brasil continua a perder espaço para a China.
É curioso que, desde a chegada do PT ao poder, o governo brasileiro vem adotando políticas publicamente anunciadas como de estímulo à indústria nacional, sobretudo com a sistemática elevação de tarifas de importação de bens manufaturados. Levantamento recente da Organização Mundial do Comércio (OMC) mostrou que, entre os países do G-20, o Brasil é o que aplica as maiores tarifas de importação sobre bens industrializados.
Essa proteção, condenada por parceiros comerciais do Brasil, vem sendo reivindicada com insistência por diferentes segmentos da indústria.
Em setembro do ano passado, o governo ergueu uma forte barreira à importação de cem produtos, que respondem por cerca de 4% de tudo o que País importa. Era medida com prazo determinado de validade e, esgotado este, o governo anunciou, como se esperava, a redução das alíquotas. Diversos setores industriais reagiram contra essa medida, mesmo sendo ela prevista.
O que os números sobre a presença de produtos estrangeiros no mercado interno e de produtos brasileiros no mercado exterior mostram é que medidas desse tipo não produzem resultados de longo prazo. A indústria e a economia brasileira necessitam é de um sistema tributário mais eficiente, de infraestrutura adequada, de sistema educacional que atenda às necessidades nacionais e de menores custos de logística, de energia e de capital. É da redução do custo Brasil.
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