CORREIO BRAZILIENSE - 26/11
Não pretendo elaborar nenhum veredicto, tampouco julgar o comportamento de uma multidão. Mas ultimamente tenho notado uma discussão que se tornou frequente, talvez até constante, em relação ao mundo dominado pela tecnologia. Chama a atenção a quantidade de pessoas que demonstram um cansaço em relação às redes sociais e ao ambiente virtual. A dedicação máxima que se concede ao Facebook, ao Twitter, ao Instagram e a outras tantas agremiações desperta fastio e preocupação. São comuns os relatos de gente que não aguenta mais tanta exposição, tanto disparate, tanta agressividade, tanta baixaria, tanta inveja, tanta superficialidade. A exacerbação generalizada ganha contornos ainda mais agressivos particularmente em momentos específicos, como o que ocorre atualmente com o mensalão.
Não se trata apenas de opiniões lançadas no espaço virtual. As redes sociais se tornaram instrumento político a serviço de interesses partidários. O ex-presidente Lula já convocou o exército de militantes para defenderem os ideais do partido. Surgiram denúncias sobre os robôs do PT, soldados virtuais treinados para desferir ataques à oposição e disparar ofensas a fim de prejudicar determinado partido ou personalidade pública. Outros, envernizados de observadores independentes, especializaram-se em atacar a "mídia golpista" ou as vozes da elite. É preciso considerar, no entanto, que o uso político das redes sociais pode ser analisado como o exercício de direito democrático. Trata-se de canal em que o cidadão pode manifestar a opção por determinada ideologia, candidato, partido ou governo. Enquanto o debate se mantiver em limites civilizados, parece-me parte do jogo.
Mas gostaria de ressaltar outros aspectos observados na predominância das redes. Há muito tempo se alerta para a formação de uma geração que se distancia cada vez mais do mundo real, do convívio pessoal, dos livros, da necessidade humana de contemplação. Caminhamos para nos tornarmos uma sociedade multifocal, hiperinformada, instantaneamente atualizada. Seguimos a passos rápidos, no entanto, para a despersonalização, o distanciamento, a emoção solitária. Há multidão na nossa timeline e temos cada vez mais dificuldade em confabular com alguém por 30 minutos. Eis o mundo da solidão digital.
Não se trata apenas de opiniões lançadas no espaço virtual. As redes sociais se tornaram instrumento político a serviço de interesses partidários. O ex-presidente Lula já convocou o exército de militantes para defenderem os ideais do partido. Surgiram denúncias sobre os robôs do PT, soldados virtuais treinados para desferir ataques à oposição e disparar ofensas a fim de prejudicar determinado partido ou personalidade pública. Outros, envernizados de observadores independentes, especializaram-se em atacar a "mídia golpista" ou as vozes da elite. É preciso considerar, no entanto, que o uso político das redes sociais pode ser analisado como o exercício de direito democrático. Trata-se de canal em que o cidadão pode manifestar a opção por determinada ideologia, candidato, partido ou governo. Enquanto o debate se mantiver em limites civilizados, parece-me parte do jogo.
Mas gostaria de ressaltar outros aspectos observados na predominância das redes. Há muito tempo se alerta para a formação de uma geração que se distancia cada vez mais do mundo real, do convívio pessoal, dos livros, da necessidade humana de contemplação. Caminhamos para nos tornarmos uma sociedade multifocal, hiperinformada, instantaneamente atualizada. Seguimos a passos rápidos, no entanto, para a despersonalização, o distanciamento, a emoção solitária. Há multidão na nossa timeline e temos cada vez mais dificuldade em confabular com alguém por 30 minutos. Eis o mundo da solidão digital.
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