CORREIO BRAZILIENSE - 09/10
Faz tempo que o país não vive transição tão ruidosa como a que, desde o início das manifestações contra aumento de passagens de ônibus, tomou conta das principais cidades. Seja resultado de anos de revolta represada, seja reflexo das expectativas pré-eleitorais, o brasileiro dá sinal de vida ao sair às ruas. Infelizmente, o que surge como reflexo legítimo do exercício da cidadania tem sido prejudicado pela participação de gente que, a rigor, não parece lutar por um ideal, mas para atrapalhar. Arruaça em movimentos de reivindicação de direitos não combina com a causa. Pelo contrário, afasta-a da legitimidade.
A quem pensam estar representando os mascarados que se infiltram em manifestações para fazer quebradeira, detonar patrimônio público e levar o terror às ruas? A mim não é, tampouco a quem defende a democracia. Do momento em que se juntam à multidão até o instante em que, como num flash mob de mau gosto, atiram pedras, tocam fogo e viram carros, os personagens do vandalismo que estrela todo dia os informativos outra coisa não fazem a não ser trabalhar para o inimigo do bem-estar geral.
Pelo menos na coordenação de tanta selvageria, a turma que veste a camisa dos quebradores se mostra, antes de tudo, estrategicamente oportunista. A maioria conhece a fragilidade que compõe a fronteira entre a garantia do direito de protestar e a necessidade de disciplinar quem prejudica o próximo. Quem tem levado a fama de vilão, curiosamente, é a polícia, que oscila o tempo todo entre casos reais de abuso de autoridade e de total demonstração de inoperância. Pode apostar que, cortinas descerradas, agentes da corrupção e dos desmandos públicos contra os quais a população protesta andam satisfeitos com os resultados obtidos. Quem se organiza para incendiar um carro durante um protesto pacífico pode até não saber que prejudica quem tem o direito de se manifestar, mas comete uma ignorância avassaladora ao manchar o movimento. Faz retroceder anos de conquistas obtidas a duras lutas por um país decente para se viver.
Quando alguém se refere à polícia como o vilão da história, com todo respeito, sinto preguiça. Como cidadão, evidentemente não compactuo com qualquer tipo de truculência. Mas violência igual ou maior está ali, bem debaixo dos narizes de quem vai às ruas aderir a movimentos de reivindicação. Tanto tempo o povo levou para tomar coragem de se manifestar em massa e, agora, quando o Estado democrático o permite, a marginalidade faz voltar tudo à estaca zero. Disfarçadamente, o que a turma do quebra-quebra faz é legitimar a repressão. Nos bastidores, os ratos da nação cruzam os braços e comemoram. Pense bem em quem você vai eleger no ano que vem.
A quem pensam estar representando os mascarados que se infiltram em manifestações para fazer quebradeira, detonar patrimônio público e levar o terror às ruas? A mim não é, tampouco a quem defende a democracia. Do momento em que se juntam à multidão até o instante em que, como num flash mob de mau gosto, atiram pedras, tocam fogo e viram carros, os personagens do vandalismo que estrela todo dia os informativos outra coisa não fazem a não ser trabalhar para o inimigo do bem-estar geral.
Pelo menos na coordenação de tanta selvageria, a turma que veste a camisa dos quebradores se mostra, antes de tudo, estrategicamente oportunista. A maioria conhece a fragilidade que compõe a fronteira entre a garantia do direito de protestar e a necessidade de disciplinar quem prejudica o próximo. Quem tem levado a fama de vilão, curiosamente, é a polícia, que oscila o tempo todo entre casos reais de abuso de autoridade e de total demonstração de inoperância. Pode apostar que, cortinas descerradas, agentes da corrupção e dos desmandos públicos contra os quais a população protesta andam satisfeitos com os resultados obtidos. Quem se organiza para incendiar um carro durante um protesto pacífico pode até não saber que prejudica quem tem o direito de se manifestar, mas comete uma ignorância avassaladora ao manchar o movimento. Faz retroceder anos de conquistas obtidas a duras lutas por um país decente para se viver.
Quando alguém se refere à polícia como o vilão da história, com todo respeito, sinto preguiça. Como cidadão, evidentemente não compactuo com qualquer tipo de truculência. Mas violência igual ou maior está ali, bem debaixo dos narizes de quem vai às ruas aderir a movimentos de reivindicação. Tanto tempo o povo levou para tomar coragem de se manifestar em massa e, agora, quando o Estado democrático o permite, a marginalidade faz voltar tudo à estaca zero. Disfarçadamente, o que a turma do quebra-quebra faz é legitimar a repressão. Nos bastidores, os ratos da nação cruzam os braços e comemoram. Pense bem em quem você vai eleger no ano que vem.
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