CORREIO BRAZILIENSE - 09/10
Se a péssima qualidade da telefonia móvel celular do Brasil já causa indignação, o usuário acaba de confirmar o que já suspeitava: além de ruins, as ligações feitas no país são as mais caras do mundo. É o que revelou estudo realizado pela União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês), agência da Organização das Nações Unidas (ONU), conforme mostrou ontem o Correio.
A ITU pesquisou as tarifas cobradas em 161 países. No Brasil, os preços foram levantados em São Paulo, onde, em média, o minuto das chamadas entre aparelhos de uma mesma operadora custa US$ 0,71, chegando a US$ 0,74 no caso de empresas diferentes e também de móvel para fixo. As mais baratas do mundo são cobradas em Hong Kong (de até US$ 0,01 fora do horário de pico), ou seja, nada menos do que 70 vezes menos do que as ligações de celular brasileiras.
Aqui se paga cinco vezes mais caro pelo minuto de conversa ao celular do que é cobrado do usuário espanhol e três vezes mais do que nos Estados Unidos e em Portugal. Mesmo comparada às tarifas de países vizinhos, a do Brasil mantém uma distância inexplicável. Na Argentina, por exemplo, o custo médio das ligações é de US$ 0,36 por minuto, ou seja, menos da metade do que pagam os usuários brasileiros.
Em disputa acirrada com os planos de saúde pela liderança do campeonato brasileiro de reclamações nos Procons, a qualidade da telefonia celular não guarda - como confirma a pesquisa da agência da ONU - a menor relação com o preço cobrado pelo serviço. Com taxas de crescimento anuais muito acima dos avanços da economia e do aumento da população nos últimos anos, a explosão do celular no Brasil levou o país rapidamente a ultrapassar a barreira dos 200 milhões de unidades, ou seja, temos mais celulares ativos do que cidadãos.
O problema é que a vertiginosa multiplicação do número de usuários não foi acompanhada de investimentos na infraestrutura. Encarregada de zelar pela qualidade do serviço prestado em concessão pública, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem se mostrado incapaz de exercer fiscalização adequada. As operadoras, livres de qualquer sanção governamental, acabam vendendo mais do que podem entregar, com óbvias consequências sobre a qualidade das ligações. Qualquer usuário mais experiente tem na ponta da língua uma lista de queixas, como a falta de cobertura em muitas áreas, a queda constante das ligações, a cobrança de ligações não feitas e a ineficiência do atendimento às reclamações. E não se vislumbram melhoras sem investimentos.
É o que torna mais preocupante a constatação da pesquisa internacional de preço. Ainda que o usuário brasileiro não seja o campeão de uso de celulares, a quantidade de aparelhos ativos sugere receita suficiente para bancar a expansão e a atualização da infraestrutura. Por que isso não ocorreu? Que ninguém tenha planos de cobrar ainda mais do campeão do mundo em valor das tarifas.
A ITU pesquisou as tarifas cobradas em 161 países. No Brasil, os preços foram levantados em São Paulo, onde, em média, o minuto das chamadas entre aparelhos de uma mesma operadora custa US$ 0,71, chegando a US$ 0,74 no caso de empresas diferentes e também de móvel para fixo. As mais baratas do mundo são cobradas em Hong Kong (de até US$ 0,01 fora do horário de pico), ou seja, nada menos do que 70 vezes menos do que as ligações de celular brasileiras.
Aqui se paga cinco vezes mais caro pelo minuto de conversa ao celular do que é cobrado do usuário espanhol e três vezes mais do que nos Estados Unidos e em Portugal. Mesmo comparada às tarifas de países vizinhos, a do Brasil mantém uma distância inexplicável. Na Argentina, por exemplo, o custo médio das ligações é de US$ 0,36 por minuto, ou seja, menos da metade do que pagam os usuários brasileiros.
Em disputa acirrada com os planos de saúde pela liderança do campeonato brasileiro de reclamações nos Procons, a qualidade da telefonia celular não guarda - como confirma a pesquisa da agência da ONU - a menor relação com o preço cobrado pelo serviço. Com taxas de crescimento anuais muito acima dos avanços da economia e do aumento da população nos últimos anos, a explosão do celular no Brasil levou o país rapidamente a ultrapassar a barreira dos 200 milhões de unidades, ou seja, temos mais celulares ativos do que cidadãos.
O problema é que a vertiginosa multiplicação do número de usuários não foi acompanhada de investimentos na infraestrutura. Encarregada de zelar pela qualidade do serviço prestado em concessão pública, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tem se mostrado incapaz de exercer fiscalização adequada. As operadoras, livres de qualquer sanção governamental, acabam vendendo mais do que podem entregar, com óbvias consequências sobre a qualidade das ligações. Qualquer usuário mais experiente tem na ponta da língua uma lista de queixas, como a falta de cobertura em muitas áreas, a queda constante das ligações, a cobrança de ligações não feitas e a ineficiência do atendimento às reclamações. E não se vislumbram melhoras sem investimentos.
É o que torna mais preocupante a constatação da pesquisa internacional de preço. Ainda que o usuário brasileiro não seja o campeão de uso de celulares, a quantidade de aparelhos ativos sugere receita suficiente para bancar a expansão e a atualização da infraestrutura. Por que isso não ocorreu? Que ninguém tenha planos de cobrar ainda mais do campeão do mundo em valor das tarifas.
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