ZERO HORA - 30/10
Estarei fora de Porto Alegre durante todo o período da Feira do Livro, mas para não me sentir totalmente afastada do evento, deixo aqui minha seleção de favoritos do ano, advertindo que nunca li tão pouco como em 2013, portanto, muita coisa boa ficou de fora. Um toque: antes de adquirir algum livro citado, dê uma folheada e leia a orelha – você sabe, gosto é gosto.
Melhor livro que daria um ótimo filme: Barba Ensopada de Sangue, de Daniel Galera. Foi lançado no verão passado e ainda não saiu da minha cabeça.
Melhor livro que virou filme: Eu e Você, de Niccolò Ammaniti. Estreará em novembro, com direção de Bernardo Bertolucci.
Melhor livro de crônicas: Um Operário em Férias, de Cristóvão Tezza, um autor que circula com desenvoltura por todos os gêneros e merece o título de um dos maiores escritores em atividade.
Melhor livro que encerra a discussão sobre a diferença entre literatura masculina e feminina: o excelente Partir, da carioca Paula Parisot. É um road book: um homem vive uma série de experiências na estrada, ao deixar São Paulo rumo ao Alasca – pois é, logo ali, o Alasca. Escrevendo na primeira pessoa, Paula dá vida a um cara convincente, que em nenhum momento é traído pela feminilidade da mulher que o inventou.
Melhor livro de esposa de autor consagrado: O Verão sem Homens, de Siri Hustvedt, que vem a ser a senhora Paul Auster.
Melhor romance: Philip Roth, sempre ele, com seu magnífico O Professor do Desejo.
Melhor livro de bolso: Carta ao meu Juiz, de George Simenon.
Melhor livro que reli: O Apanhador no Campo de Centeio, que virou musical em cartaz atualmente em Porto Alegre. Mais um exemplo do amadurecimento do nosso teatro. Direção, coreografia, elenco, adaptação – a turma arrasa, e ainda tem as canções especialmente compostas para a peça pelo Thedy Corrêa. Assista logo, a temporada está quase acabando. É imperdível.
Melhor livro experimental, o que for que isso signifique: Miranda July com seu interessante O Escolhido foi Você.
Melhor livro divertido e com ótimos diálogos: O Substituto, de David Nicholls.
Melhor livro lançado em 1923, mas que só fui ler agora: A Consciência de Zeno, de Italo Svevo.
Melhor livro gaúcho: bom, em terra de Fabrício Carpinejar, Cíntia Moscovich, Leticia Wierzchovski, Paula Taitelbaum, dos veteranos Armindo Trevisan, Verissimo, Lya Luft, Assis Brasil, do patrono Luis Augusto Fischer, dos jornalistas David Coimbra, Mariana Kalil, Cláudia Laitano, do médico e colunista J.J. Camargo e de tantos outros talentos com livro na praça, não me atreverei a escolher um só. Mas o prêmio de mais hilariante relato sobre a praga que é telefonar para os serviços de atendimento ao consumidor vai para o conto “Hormônio do Demônio II”, que está em Sangue Quente, de Claudia Tajes.
Como se vê, tem para todos os gostos, inclusive (espero) para o seu.
Boa Feira!
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