CORREIO BRAZILIENSE - 06/10
Ainda não é o fim do mundo, mas, no painel de controle da aceitação do Brasil como país confiável para investimentos, mais uma das luzes verdes trocou de cor: ficou amarela. Na semana passada, uma das três maiores agências internacionais de risco de crédito, a Moody"s, alterou ligeiramente o viés da classificação da dívida brasileira. Continuamos na condição de grau de investimento, mas a perspectiva "positiva", ou seja, de alta, foi trocada pela de "estável". Na prática é um aviso de que a agência tão cedo não espera boas notícias.
Isso quer dizer que o Brasil, como economia segura para as grandes poupanças do mundo, permanece na faixa Baa2 da agência, na companhia da Itália e do Peru, e abaixo dos emergentes México, Rússia e Índia. A diferença é que os investidores ficam avisados de que devem apostar menos em nosso país nos próximos meses. Há quem não goste das agências de risco e critique a credibilidade delas. O problema é que a opinião desses críticos não faz a menor diferença para os grandes fundos e bancos de investimentos. Eles precisam, até por razões estatutárias, ancorar suas decisões de aplicar o dinheiro dos clientes em algum parecer profissional externo. Fundos previdenciários de vários países desenvolvidos costumam ser obrigados por lei a condicionar a aplicação de recursos no exterior ao balizamento de instituições como a Moody"s.
O trabalho de acompanhar de perto a economia de diversos países e de suas empresas mais importantes tornou-se, por isso mesmo, altamente especializado. Essa tarefa é valorizada por uma das características mais marcantes do mercado financeiro, que é a da antecipação dos fatos negativos ou positivos. Assim, enquanto a maioria dos indicadores econômicos clássicos medem o presente e o passado recente, os graus de investimento dessas agências tentam antecipar a condição do tomador de crédito de quitar suas dívidas de médio e longo prazos.
A agência justificou o rebaixamento com argumentos clássicos: o aumento do endividamento público em relação ao PIB, a manutenção de baixas taxas de crescimento da economia, a injeção continuada de recursos fiscais nos bancos públicos e a redução da confiabilidade das estatísticas do manejo fiscal.
A Moody"s não foi a primeira a chamar a atenção do mercado para os sinais de piora das condições que levaram o país ao grau de investimentos nos últimos anos. Mais rigorosa, a Standart & Poor"s já havia revisado a nota do Brasil em junho, baixando-a de "estável" para "negativa", em razão do baixo crescimento e da expansão dos gastos do governo.
Na verdade, essas agências não descobriram nada que economistas brasileiros já não tivessem diagnosticado. Será, portanto, perda de tempo contestar as avaliações que motivaram o rebaixamento. E já que o governo decidiu invocar a eficiência do setor privado e está em busca da participação do capital internacional nos inadiáveis projetos de infraestrutura do país, não parece prudente desconhecer a importância desses avisos. Melhor será corrigir rumos e práticas, enquanto há tempo para isso.
Isso quer dizer que o Brasil, como economia segura para as grandes poupanças do mundo, permanece na faixa Baa2 da agência, na companhia da Itália e do Peru, e abaixo dos emergentes México, Rússia e Índia. A diferença é que os investidores ficam avisados de que devem apostar menos em nosso país nos próximos meses. Há quem não goste das agências de risco e critique a credibilidade delas. O problema é que a opinião desses críticos não faz a menor diferença para os grandes fundos e bancos de investimentos. Eles precisam, até por razões estatutárias, ancorar suas decisões de aplicar o dinheiro dos clientes em algum parecer profissional externo. Fundos previdenciários de vários países desenvolvidos costumam ser obrigados por lei a condicionar a aplicação de recursos no exterior ao balizamento de instituições como a Moody"s.
O trabalho de acompanhar de perto a economia de diversos países e de suas empresas mais importantes tornou-se, por isso mesmo, altamente especializado. Essa tarefa é valorizada por uma das características mais marcantes do mercado financeiro, que é a da antecipação dos fatos negativos ou positivos. Assim, enquanto a maioria dos indicadores econômicos clássicos medem o presente e o passado recente, os graus de investimento dessas agências tentam antecipar a condição do tomador de crédito de quitar suas dívidas de médio e longo prazos.
A agência justificou o rebaixamento com argumentos clássicos: o aumento do endividamento público em relação ao PIB, a manutenção de baixas taxas de crescimento da economia, a injeção continuada de recursos fiscais nos bancos públicos e a redução da confiabilidade das estatísticas do manejo fiscal.
A Moody"s não foi a primeira a chamar a atenção do mercado para os sinais de piora das condições que levaram o país ao grau de investimentos nos últimos anos. Mais rigorosa, a Standart & Poor"s já havia revisado a nota do Brasil em junho, baixando-a de "estável" para "negativa", em razão do baixo crescimento e da expansão dos gastos do governo.
Na verdade, essas agências não descobriram nada que economistas brasileiros já não tivessem diagnosticado. Será, portanto, perda de tempo contestar as avaliações que motivaram o rebaixamento. E já que o governo decidiu invocar a eficiência do setor privado e está em busca da participação do capital internacional nos inadiáveis projetos de infraestrutura do país, não parece prudente desconhecer a importância desses avisos. Melhor será corrigir rumos e práticas, enquanto há tempo para isso.
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