CORREIO BRAZILIENSE - 16/07
Há países em que a infidelidade é ilegal e outros em que não é. Onde é ilegal, a punição pode variar desde multa simbólica até a morte. O fato de que, em vários países, a lei seja aplicada somente contra as mulheres levou muitas organizações nacionais e internacionais a se oporem a essa definição e a lutarem pela descriminalização. Pior ainda, o processo legal é muito viciado e mulheres estupradas podem chegar a ser apedrejadas até a morte sob a acusação de infidelidade.
Não obstante, até em países ocidentais há muitos exemplos de punição para a infidelidade. Em muitos, está nas leis, que não são aplicadas ou são aplicadas sem rigor. Nos estados americanos de Carolina do Sul e Carolina do Norte é uma disposição legal que pode ser ativada; até mesmo em estados progressistas, como New Hampshire, os conservadores conseguiram impedir a retirada da infidelidade da lista dos crimes legalmente definidos.
Não definir a infidelidade como legalmente um crime não garante exime de sanções legais e sociais as pessoas infiéis. Em muitos países, é razão para o divórcio; além do que, as traições afetam a divisão da propriedade, a custódia dos filhos, os direitos de visita e o pagamento ou não de pensões e muito mais.
Embora as traições estejam presentes em muitos livros, novelas, noticiários, no cinema, rádio, televisão e, mais recentemente, na internet, sabe-se pouco a respeito delas. As traições não significam a mesma coisa em diferentes países, culturas, classes, grupos de idade, sexos e outras variáveis, embora haja alguma semelhança.
Em 1998, Widmer, Treas e Newcomb analisaram dados de 24 países, concluindo que há uma rejeição generalizada à infidelidade. Alguns países são menos tolerantes; outros, como a Rússia, a Bulgária e a República Tcheca, são mais. Na Rússia, o adultério é mais um problema social do que tema moral. Em 1998, 40% dos russos afirmaram que o adultério nunca é um erro ou raramente é um erro, em contraste com 6% dos americanos. O gênero também surgiu como variável muito relevante.
O tipo da infidelidade e as razões para ela variam com o gênero de quem trai. Glass e Wright, em 1985, demonstraram que os homens definem sua infidelidade como mais baseada em sexo; e as mulheres, como mais baseada em emoções e sentimentos. Recentemente, Allen e colegas, assim como Atkins, Yi, Baucom, e Christensen, documentaram que a infidelidade feminina está intimamente associada à insatisfação com o casamento, muito mais do que a masculina. Muitos homens são infiéis sem estarem insatisfeitos com o casamento. A única fonte de insatisfação na qual os homens que traem superam as mulheres é especificamente sexual.
A infidelidade pode ser mais comum do que parece. Após a relação, matrimonial ou não, o tema perde relevância, o medo das sanções desaparece e maior percentagem revela que foram infiéis. Janus e Janus descobriram que 40% das pessoas divorciadas tinham traído o cônjuge pelo menos uma vez. É uma percentagem alta.
A pressão social contra a infidelidade leva a contradições: Amato e Rogers, analisando as estatísticas do Instituto Turco de Estatística, chegaram à conclusão de que em apenas 1% dos divórcios os cônjuges admitiram que a infidelidade foi a razão. A infidelidade pode ser um estigma, particularmente se é a mulher quem trai. Não é o tipo de informação da qual os turcos querem deixar um registro permanente.
Porém, esses dados colidem com os de um survey (Turkstat, Family Structure Research, 2006), que revela que a infidelidade dos homens era vista como razão suficiente para o divórcio por 58% dos homens e 61% das mulheres. O peso do gênero de quem trai aparece em outra pergunta, que revela que a infidelidade da esposa é vista como razão para o divórcio por 92% dos homens e 87% das mulheres. Tomando essas informações ao pé da letra, a infidelidade é vista como razão suficiente pela maioria da população turca, particularmente se a infidelidade for da esposa ou companheira.
Portanto, a infidelidade é uma área complexa. Essa complexidade se multiplica muitas vezes quando tratamos das suas consequências. Mas esse é um assunto para um livro.
Não obstante, até em países ocidentais há muitos exemplos de punição para a infidelidade. Em muitos, está nas leis, que não são aplicadas ou são aplicadas sem rigor. Nos estados americanos de Carolina do Sul e Carolina do Norte é uma disposição legal que pode ser ativada; até mesmo em estados progressistas, como New Hampshire, os conservadores conseguiram impedir a retirada da infidelidade da lista dos crimes legalmente definidos.
Não definir a infidelidade como legalmente um crime não garante exime de sanções legais e sociais as pessoas infiéis. Em muitos países, é razão para o divórcio; além do que, as traições afetam a divisão da propriedade, a custódia dos filhos, os direitos de visita e o pagamento ou não de pensões e muito mais.
Embora as traições estejam presentes em muitos livros, novelas, noticiários, no cinema, rádio, televisão e, mais recentemente, na internet, sabe-se pouco a respeito delas. As traições não significam a mesma coisa em diferentes países, culturas, classes, grupos de idade, sexos e outras variáveis, embora haja alguma semelhança.
Em 1998, Widmer, Treas e Newcomb analisaram dados de 24 países, concluindo que há uma rejeição generalizada à infidelidade. Alguns países são menos tolerantes; outros, como a Rússia, a Bulgária e a República Tcheca, são mais. Na Rússia, o adultério é mais um problema social do que tema moral. Em 1998, 40% dos russos afirmaram que o adultério nunca é um erro ou raramente é um erro, em contraste com 6% dos americanos. O gênero também surgiu como variável muito relevante.
O tipo da infidelidade e as razões para ela variam com o gênero de quem trai. Glass e Wright, em 1985, demonstraram que os homens definem sua infidelidade como mais baseada em sexo; e as mulheres, como mais baseada em emoções e sentimentos. Recentemente, Allen e colegas, assim como Atkins, Yi, Baucom, e Christensen, documentaram que a infidelidade feminina está intimamente associada à insatisfação com o casamento, muito mais do que a masculina. Muitos homens são infiéis sem estarem insatisfeitos com o casamento. A única fonte de insatisfação na qual os homens que traem superam as mulheres é especificamente sexual.
A infidelidade pode ser mais comum do que parece. Após a relação, matrimonial ou não, o tema perde relevância, o medo das sanções desaparece e maior percentagem revela que foram infiéis. Janus e Janus descobriram que 40% das pessoas divorciadas tinham traído o cônjuge pelo menos uma vez. É uma percentagem alta.
A pressão social contra a infidelidade leva a contradições: Amato e Rogers, analisando as estatísticas do Instituto Turco de Estatística, chegaram à conclusão de que em apenas 1% dos divórcios os cônjuges admitiram que a infidelidade foi a razão. A infidelidade pode ser um estigma, particularmente se é a mulher quem trai. Não é o tipo de informação da qual os turcos querem deixar um registro permanente.
Porém, esses dados colidem com os de um survey (Turkstat, Family Structure Research, 2006), que revela que a infidelidade dos homens era vista como razão suficiente para o divórcio por 58% dos homens e 61% das mulheres. O peso do gênero de quem trai aparece em outra pergunta, que revela que a infidelidade da esposa é vista como razão para o divórcio por 92% dos homens e 87% das mulheres. Tomando essas informações ao pé da letra, a infidelidade é vista como razão suficiente pela maioria da população turca, particularmente se a infidelidade for da esposa ou companheira.
Portanto, a infidelidade é uma área complexa. Essa complexidade se multiplica muitas vezes quando tratamos das suas consequências. Mas esse é um assunto para um livro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário