FOLHA DE SP - 28/06
Enfim, teremos o jogo tão esperado, entre Espanha e Brasil. Itália e Espanha fizeram um jogo equilibrado, lento, por causa do calor (30 graus de temperatura). As equipes estavam exaustas.
A Espanha mostrou, mais uma vez, que não tem bons atacantes. Fernando Torres e Pedro não jogariam na seleção brasileira. Com a prorrogação, a Espanha estará mais cansada na final de domingo.
Na coluna anterior, escrevi que o Brasil está com pinta de campeão. É apenas um palpite. Pode dizer também que é sorte de campeão. Obviamente, não disse isso porque a equipe está uma maravilha.
Acho que está com pinta de campeão pelo calor, por jogar em casa e saber aproveitar essa vantagem, pela vibração e seriedade da equipe e porque tudo tem dado certo.
Pelos mesmos motivos, o Brasil é forte candidato ao título mundial, mesmo sem ter uma grande equipe. Na Copa, será muito mais difícil, pelo número maior de rivais fortes.
Discordo que o Brasil vá evoluir muito até a Copa. Quase todos os titulares eram também de Mano Menezes. Não haverá nada novo.
O Brasil já está definido, na qualidade e na maneira de atuar. A única novidade, que poderia mudar a equipe para melhor, seria Ronaldinho ou Kaká (ou os dois, se estiverem em forma).
Noto que muitos comentaristas valorizam demais o tempo, como se muitos treinos e jogos fossem motivo para formar sempre um ótimo conjunto. Isso pode acontecer, mas é mais comum em clubes, que treinam todos os dias e jogam toda semana.
Além disso, é frequente uma equipe atingir o máximo que pode jogar, em pouco tempo, e cair, rapidamente. As grandes seleções surgiram de repente, sem avisar.
Discordo que o Brasil tenha vários jovens que se tornarão craques. Neymar é exceção. Ele já é um fora de série, embora precise brilhar por mais tempo, contra fortes rivais.
Os outros são bons, mas não são nem parece que se tornarão excepcionais. Os grandes atletas, mesmo os que demoraram a ser reconhecidos, já mostravam, desde o início, grandes talentos.
Um dos fascínios do futebol é não saber o que vai ocorrer na frente, em um instante ou daqui um ano. Um lance pode mudar toda a história.
Assim é também na vida. "Um instante-já é um pirilampo que acende e apaga, acende e apaga. O presente é o instante em que a roda do automóvel em alta velocidade toca minimamente no chão. E a parte da roda que ainda não tocou, tocará num imediato que absorve o instante presente e torna-o passado" (Clarice Lispector).
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