FOLHA DE SP - 29/06
Juca Kfouri gosta de dizer que foi meu motorista na Copa da África do Sul. Nesses dias, fui sua baby-sitter, como ele mesmo disse. No hospital, me encontrei com alguns brilhantes e experientes médicos, que foram meus alunos na Faculdade de Medicina.
O tempo passa. Tive várias atividades profissionais. Gostei de todas, principalmente a de baby-sitter do Juca.
Os torcedores que vão aos estádios ver o Brasil jogar estão orgulhosos de cantar o hino nacional e de torcer pela seleção. Temia-se o contrário. Enquanto isso, os torcedores que não foram ao campo, mesmo os indiferentes aos protestos e os que gostam de futebol, parecem não ligar para a Copa das Confederações.
A Fifa nunca imaginaria tudo o que está acontecendo no "país do futebol". Ela achava que os brasileiros eram alienados. A Fifa está tensa e preocupada com a possibilidade de os protestos continuarem até o Mundial e se tornarem mais seletivos, contra os enormes gastos públicos para a Copa. Se isso ocorrer, o Mundial corre riscos.
Gosto de ver a Espanha atuar, pelo jogo limpo, bonito e quase sempre eficiente, mas não acho que é uma equipe excepcional, mesmo com tantas conquistas. A Espanha não tem um bom lateral-direito nem um ótimo atacante.
Barcelona e Real Madrid são melhores que a seleção da Espanha por causa, principalmente, de Messi e Cristiano Ronaldo. Já a defesa do time espanhol é superior à do Barcelona, por ter Sergio Ramos ao lado de Piqué, ainda mais quando Puyol não joga. Se Puyol estivesse bem, Sergio Ramos seria lateral-direito.
Daniel Alves é muito melhor que Arbeloa, no apoio. Na seleção, Daniel Alves marca mais e apoia menos que no Barcelona. Daí, a decepção com suas atuações.
Além de Júlio César, que tinha de ser titular, outro jogador que conquistou a posição, nos amistosos e na Copa das Confederações, foi Luiz Gustavo. Não foi surpresa.
Ele, reserva do Bayern, joga bem quando entra. Desarma muito e tem um passe rápido. Volante que recebe a bola e demora um dia para ajeitar o corpo e pensar no que vai fazer facilita a marcação.
Ganhar da Espanha em uma final aumenta a confiança do time brasileiro. Mas sem oba-oba. Na Copa das Confederações anterior, a Espanha foi eliminada pelos EUA, que é inferior ao Brasil, e depois foi campeã mundial.
Uma das razões que aumentam as chances do Brasil é a importância que jogadores, comissão técnica e parte da imprensa dão ao título. Na entrevista com Neymar, um repórter, antes de perguntar, disse que é o jogo do século.
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