FOLHA DE SP - 15/06
Por atuar em casa, querer recuperar o prestígio do futebol brasileiro e promover a Copa do Mundo de 2014, o Brasil vai jogar a Copa das Confederações com muito mais gana, como se fosse um Mundial. Por tudo isso, e porque pode evoluir, é um forte candidato ao título.
Na Europa, os grandes times são melhores que as seleções. No Brasil e na América do Sul, é o contrário. Com isso, a diferença técnica entre as principais seleções da Europa e as da América do Sul é menor do que a entre os mais fortes times europeus e sul-americanos.
Hoje, o Brasil estreia no Elefantão, futuro elefante branco de Brasília. Na goleada por 4 a 0, quando o técnico era Mano Menezes, os japoneses foram ofensivos e deixaram muitos espaços na defesa. O time brasileiro, sem um centroavante fixo, com Kaká, Oscar e Neymar, criou inúmeras chances de gols. Hoje, o técnico italiano Zaccheroni, o mesmo da goleada, deve mudar a atitude.
O Japão tem um ótimo conjunto e troca muitos passes com velocidade. Parece que vai ganhar de uma forte seleção, mas, geralmente, perde, apesar de ter vencido, recentemente, a França, completa, por 1 a 0, em Paris. A equipe, por deficiências nos fundamentos técnicos, costuma errar onde não pode, na finalização e no desarme do zagueiro mais recuado.
Felipão deve manter a escalação. Dependendo do jogo, Hernanes pode entrar no lugar de Paulinho ou ser um terceiro no meio-campo, o que é mais provável. Nesta formação, protegidos por um volante mais recuado, Hernanes e Paulinho podem chegar mais à frente, o que fazem melhor.
Existe uma preocupação do governo, da CBF e da comissão técnica, de criar fortes laços afetivos com o torcedor. Querem fazer, na Copa das Confederações, um ambiente de Mundial. Milhares de propagandas patrióticas estão em todos os lugares.
Porém existe uma resistência ao poder da Fifa, a Marin e à CBF. Escuto também, todos os dias, que há dinheiro para a Copa, mas não há para resolver os problemas sociais. O atual torcedor da seleção é parecido com o que vai frequentar os novos estádios, após a Copa. Pagou caro pelos ingressos. Ele vai ao jogo para se distrair e ver um espetáculo, como no teatro. Se for bom, aplaude. Se for ruim, protesta.
Existe até um manual de conduta, feito pela Fifa. Resumindo, querem um torcedor tranquilo, respeitador, racional, altruísta, patriota, politicamente correto, ou seja, um santo. Será que pedem também aplausos para Marin e para a CBF?
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