A economia crescerá 3,2% neste ano, puxada por investimento 4% maior que o de 2012, segundo as novas projeções da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Há um tom de otimismo na apresentação do cenário. "A retomada da atividade industrial parece estar garantida em 2013", declaram logo de início os autores do Informe Conjuntural divulgado nesta semana. A esperada expansão do investimento inclui toda a chamada formaçao bruta de capital fixo - compras de máquinas e equipamentos pelas empresas, construção e ampliação de fábricas, edificações imobiliárias e obras de infraestrutura, como rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e sistemas de geração e transmissão de eletricidade. A manifestação do chamado espírito animal dos empresários será, portanto, apenas uma das condições necessárias para a esperada expansão do investimento. O resultado geral dependerá também da competência do governo na execução de seus planos e projetos.
Na terça-feira, um dia antes de sair o Informe da CNI, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) havia informado os números da produção industrial de fevereiro, 2,5% menor que a do mês anterior. Esse recuo praticamente anulou o aumento de 2,6% contabilizado em janeiro, mas, apesar disso, o relatório oficial trouxe um resultado animador, algo como um ponto de luz num quadro ainda escuro. A produção de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos, cresceu 1,6% no mês e foi 9,1% maior que a de fevereiro do ano passado, de acordo com o levantamento do IBGE. Além disso, o resultado do primeiro bimestre ficou 13,3% acima do registrado um ano antes.
Nada disso foi suficiente para compensar, por enquanto, o desastre de 2012. A produção de bens de capital acumulada em 12 meses foi 7,8% menor que a do período imediatamente anterior. É cedo para dizer se há uma nova tendência, mas os números de janeiro e fevereiro criam a esperança de uma retomada do investimento, com as empresas voltando a ampliar e a renovar seu parque produtivo.
De toda forma, as previsões de investimento diminuíram desde o fim do ano. Em dezembro, a CNI projetava um aumento de 7%, parecido com aquele estimado pelo ministro da Fazenda, de 8%. As principais projeções incluídas no Informe foram reduzidas nos últimos três meses. A estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 4% para 3,2%, praticamente a mesma do Banco Central (BC), 3,1%. O crescimento previsto para à indústria caiu de 4,1% para 2,6% - mas até esse resultado pode parecer satisfatório, depois do recuo de 0,8% em 2012.
Mas é preciso olhar para além de 2013. Não há, por enquanto, como sustentar qualquer otimismo, quando se consideram as perspectivas dos próximos anos. O investimento projetado pela CNI, com expansão de 4%, mal servirá para compensar o recuo do ano passado, quando o total investido em todos os setores da economia brasileira foi 4% menor que o de 2011.
Além disso, a formação bruta de capital continuará muito abaixo do nível necessário para sustentar um crescimento econômico em torno de 5% ao ano. O mínimo necessário para criar um dinamismo parecido com o de outros emergentes seria um investimento equivalente a uns 24% ou.25% do PIB. Vários países latino-americanos já chegaram lá. Em muitas economias da Ásia a proporção é igual ou superior a 30%.
Se o Brasil investir neste ano 4% mais que em 2012, a relação entre investimento e PIB subirá de 18,1% para 18,2% e continuará muito longe do desejável. A agenda necessária para mudar esse quadro é bem conhecida e inclui uma desoneração séria da atividade produtiva, algo muito diferente de uma porção de remendos mal costurados.
Do lado governamental será indispensável uma ampla reforma de usos, costumes e valores. O governo precisa decidir, entre outros pontos, se a sua função é organizar a vida coletiva e promover certos investimentos de importância fundamental ou, bem ao contrário, distribuir cargos e favores a companheiros e aliados e financiar empresas selecionadas sem critérios estratégicos. As últimas mexidas no Ministério reafirmam a preferência pela segunda hipótese.
Na terça-feira, um dia antes de sair o Informe da CNI, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) havia informado os números da produção industrial de fevereiro, 2,5% menor que a do mês anterior. Esse recuo praticamente anulou o aumento de 2,6% contabilizado em janeiro, mas, apesar disso, o relatório oficial trouxe um resultado animador, algo como um ponto de luz num quadro ainda escuro. A produção de bens de capital, isto é, de máquinas e equipamentos, cresceu 1,6% no mês e foi 9,1% maior que a de fevereiro do ano passado, de acordo com o levantamento do IBGE. Além disso, o resultado do primeiro bimestre ficou 13,3% acima do registrado um ano antes.
Nada disso foi suficiente para compensar, por enquanto, o desastre de 2012. A produção de bens de capital acumulada em 12 meses foi 7,8% menor que a do período imediatamente anterior. É cedo para dizer se há uma nova tendência, mas os números de janeiro e fevereiro criam a esperança de uma retomada do investimento, com as empresas voltando a ampliar e a renovar seu parque produtivo.
De toda forma, as previsões de investimento diminuíram desde o fim do ano. Em dezembro, a CNI projetava um aumento de 7%, parecido com aquele estimado pelo ministro da Fazenda, de 8%. As principais projeções incluídas no Informe foram reduzidas nos últimos três meses. A estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 4% para 3,2%, praticamente a mesma do Banco Central (BC), 3,1%. O crescimento previsto para à indústria caiu de 4,1% para 2,6% - mas até esse resultado pode parecer satisfatório, depois do recuo de 0,8% em 2012.
Mas é preciso olhar para além de 2013. Não há, por enquanto, como sustentar qualquer otimismo, quando se consideram as perspectivas dos próximos anos. O investimento projetado pela CNI, com expansão de 4%, mal servirá para compensar o recuo do ano passado, quando o total investido em todos os setores da economia brasileira foi 4% menor que o de 2011.
Além disso, a formação bruta de capital continuará muito abaixo do nível necessário para sustentar um crescimento econômico em torno de 5% ao ano. O mínimo necessário para criar um dinamismo parecido com o de outros emergentes seria um investimento equivalente a uns 24% ou.25% do PIB. Vários países latino-americanos já chegaram lá. Em muitas economias da Ásia a proporção é igual ou superior a 30%.
Se o Brasil investir neste ano 4% mais que em 2012, a relação entre investimento e PIB subirá de 18,1% para 18,2% e continuará muito longe do desejável. A agenda necessária para mudar esse quadro é bem conhecida e inclui uma desoneração séria da atividade produtiva, algo muito diferente de uma porção de remendos mal costurados.
Do lado governamental será indispensável uma ampla reforma de usos, costumes e valores. O governo precisa decidir, entre outros pontos, se a sua função é organizar a vida coletiva e promover certos investimentos de importância fundamental ou, bem ao contrário, distribuir cargos e favores a companheiros e aliados e financiar empresas selecionadas sem critérios estratégicos. As últimas mexidas no Ministério reafirmam a preferência pela segunda hipótese.
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