BRASIL ECONÔMICO - 19/02
Quanto mais se observa o tratamento que o agronegócio recebe no Brasil, menos se entende como esse ramo da economia consegue - ano após ano - se expandir e continuar gerando renda e emprego para tantos brasileiros.
Em seu programa de rádio, na manhã de ontem, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a safra de grãos deste ano deverá chegar aos 185 milhões de toneladas, mais um dos sucessivos recordes que o campo brasileiro tem batido.
O número é mais ou menos 13% superior à safra de 2012, que foi de 162 milhões de toneladas e a explicação para esse crescimento é a de sempre: além da produtividade e do trabalho bem-feito da porteira para dentro da fazenda, houve queda da área plantada, de quase 59 milhões de hectares para 53 milhões de hectares.
E, na hora da preparação da lavoura e do plantio, não faltou crédito. Foram R$ 115 bilhões destinados ao agronegócio e R$18 bilhões para agricultura familiar. A presidente está certíssima ao festejar tais números. A questão, no entanto, começa a ficar complicada quando se observa que o sucesso do campo não é aplaudido da mesma forma por todos os brasileiros.
Vigora no Brasil a ideia de que o agronegócio é um mal e que a exploração do campo em escala empresarial serve apenas para destruir as florestas e explorar a mão de obra rural.
Tanto é assim que no lançamento da Rede - o partido político com o qual a ex-senadora Marina Silva sonha em mudar a política brasileira - foi dito que os delitos cometidos pelos "ativistas" que invadem as fazendas e destroem as plantações são "crimes políticos" e não estarão, aos olhos da agremiação, sujeitos às restrições da Lei da Ficha Limpa.
Ou seja: se um grupo qualquer invadir uma fazenda produtiva e destruir o trabalho de um ano inteiro, tudo bem. Pode assinar ficha na Rede que não faltará gente disposta a abonar a filiação.
Até aí, tudo bem. A Rede de Marina não é de situação nem de oposição, muito antes pelo contrário. A questão é que o próprio governo comandado pela presidente que aplaudiu a expansão da safra agrícola está cheio de gente que compartilha do mesmo ponto de vista.
O Brasil precisa escolher seu lado. E entender que, com a devida fiscalização para evitar que o plantio avance sobre áreas de mananciais e destrua as reservas necessárias para a preservação do clima (um raciocínio que os ruralistas mais esclarecidos são os primeiros a aplaudir), o agronegócio é o que existe de mais competitivo na economia brasileira.
O mundo precisa de alimentos e precisará deles em quantidades cada vez maiores daqui por diante. E o Brasil é o único país do mundo em condição de produzir comida com a qualidade e na quantidade que o planeta necessita.
Isso é uma vantagem impressionante - embora ainda existam pessoas que queiram jogar toda essa riqueza pela janela.
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