FOLHA DE SP - 05/01
RIO DE JANEIRO - Morreu Jack Klugman, coadjuvante do cinema americano nos anos 50 e 60, mais conhecido talvez por algum seriado de TV. Em seu melhor filme, o clássico "Doze Homens e uma Sentença" ("12 Angry Men"), 1957, de Sidney Lumet, Klugman vivia um dos 12 jurados julgando um jovem que matou o pai. Quando o filme começa, 11 querem mandar o rapaz para a cadeira elétrica, sem discussão. Somente um, interpretado por Henry Fonda, tem dúvidas. Aos poucos, um a um, Fonda dobra os colegas. Jack Klugman fazia o jurado nº 5.
Mas o que interessa é o seguinte. Klugman era o último vivo daquele extraordinário elenco de 12 atores -Lee J. Cobb, Ed Begley, Jack Warden, Martin Balsam eram alguns dos demais. Nenhum era famoso, embora seus rostos fossem muito familiares. O que me pergunto é como Klugman se sentia ao saber da morte de cada um. De repente, dos 12, só sobraram ele e Jack Warden. E, em 2006, Warden também morreu. Como terá sido para Klugman saber-se o seguinte?
É uma pergunta que nunca me atrevi a fazer a Fernando Sabino, depois que seus três amigos mineiros se foram (Helio Pellegrino, em 1988; Paulo Mendes Campos, em 1991; Otto Lara Resende, em 1992) e o deixaram para trás. Mas sei que, até morrer, em 2004, Fernando via o fantasma da morte em toda parte.
E o que terá acontecido a Juvenal, beque da seleção -Barbosa, Augusto e Juvenal; Bauer, Danilo e Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair e Chico- que perdeu a Copa de 1950 para o Uruguai, ao ver seus companheiros partindo, um atrás do outro? Quando morreu o penúltimo, Friaça, em janeiro de 2009, Juvenal percebeu que agora era a sua vez. E, nove meses depois, foi mesmo.
Será que Paul McCartney e Ringo Starr, os Beatles restantes, acompanham a saúde um do outro? O penúltimo não pode morrer -para que o último não seja a bola da vez.
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