FOLHA DE SP - 19/11
Compra isenta de imposto de brasileiros no exterior cai
Com a redução no ritmo das compras dos brasileiros no exterior, que cresceram menos de 1% nos nove primeiros meses do ano, as aquisições isentas de impostos registraram queda.
De acordo com dados da Global Blue, companhia especializada em serviços financeiros para turistas, a retração foi de cerca de 4,5%.
Em 2011, as compras dos brasileiros isentas de impostos haviam crescido 26%, ante o ano anterior.
A baixa nos gastos fez com que o Brasil passasse do sexto para o sétimo lugar entre os países que mais pedem reembolso, de acordo com Simon O'Connell, analista da Global Blue.
"O país teve um forte crescimento por vários anos, até 2012, quando houve uma ligeira queda."
O Brasil foi o único, entre os dez principais mercados da empresa, que reduziu o volume de compras neste ano.
Na outra ponta, apareceram China e Rússia, que alavancaram o crescimento da Global Blue. Neste ano, a companhia espera registrar expansão de 28%.
Itália, Portugal, Espanha e Reino Unido são os destinos de compra preferidos pelos brasileiros na Europa, de acordo com levantamento da companhia.
A Espanha é o único país no qual o Brasil aparece na lista dos cinco principais consumidores. O ranking é encabeçado por Rússia, China e Japão. Os brasileiros são responsáveis por 4% das compras.
Frase
"O país registrou um forte crescimento [nas compras com isenção de taxas] por vários anos, até 2012, quando houve uma ligeira queda"
SIMON O' CONELL
analista da Global Blue
Consumo liberado
"Tem crescido a venda de artigos de moda e acessórios de grifes de luxo nas nossas lojas nos aeroportos", diz José Carlos Rosa, diretor-geral da Dufry no Brasil, que afirma não poder divulgar números sobre a operação das unidades "free shopping".
"Segue a tendência no mundo, embora vestuário e acessórios ainda não estejam no topo das vendas." Os mais vendidos, aqui e no exterior, ainda são perfumaria e cosméticos. As vendas no país estão "mais ou menos como em 2011. A economia reduz a cadência do crescimento".
O brasileiro compra mais na chegada do que na saída, diferentemente do que ocorre em outros países, diz.
"No embarque, é para uso próprio ou presentear estrangeiros, como cachaça." O fundo americano Advent é o principal acionista da empresa.
CAMA, MESA, BANHO E SALA
A Trussardi iniciará sua expansão por franquias com a abertura de uma loja em Ribeirão Preto, prevista para as últimas semanas de dezembro. Em três anos, a meta é inaugurar mais 20.
A empresa pretende também ampliar seu modelo "loja dentro de loja", que usa mobiliário e comunicação de marca padronizados para sofisticar o atendimento que é feito aos clientes em multimarcas, segundo Mauro Preti, diretor-geral da Trussardi.
"Serão 40 destes espaços no Brasil até 2016", diz.
Ao longo das inaugurações, a oferta de produtos vai crescer. "A marca estava concentrada em cama e banho. Vamos para toda a casa, com produtos como vasos, bandejas e velas."
FOCO NAS TROVOADAS
Sergio Chaia deixa a presidência da Nextel Brasil e lança um livro no dia 28 sobre a sua experiência à frente da operadora.
A coluna apurou que a saída já vinha sendo discutida nos últimos meses entre a matriz e o executivo. A NII deve anunciar hoje o desligamento de Chaia, que ainda não definiu seu próximo passo profissional.
Ao assumir a companhia, há quase seis anos, a empresa era uma operadora de rádio de nicho, com cerca de 1 milhão de usuários. Hoje tem 7.000 funcionários, 4,2 milhões de clientes e está entrando no 3G.
Lições de "como ter um estilo de liderança mais humano, sem abrir mão de resultado" entraram em "Será que é possível?", segundo ele.
"Acredito que seja possível harmonizar a vida corporativa, a pessoal e a espiritual", disse ele à coluna.
"Foco mais nas trovoadas do que no sol. É bom pensar se estamos sendo os líderes que gostaríamos de ser e se lideramos a nossa própria vida", afirmou.
A obra tem dicas como "terceirizar fraquezas". "Sou péssimo em detalhes. Então, tenho de ter no time um tarado por detalhe."
O livro é uma compensação às duras decisões que um CEO tem de tomar? "Não é compensatório, é integrador. Quando tenho de demitir, o que é sempre doloroso, analiso como gostaria que fizessem comigo."
Escritório...
O mercado de escritórios corporativos em Brasília está com oferta baixa de edifícios classe A, segundo a CB Richard Ellis. A cidade possui apenas cerca de 300 mil m² de prédios desse nível e a vacância está abaixo de 10%, de acordo com a consultoria.
...em Brasília
Até o final do ano, no entanto, a cidade deve receber mais 100 mil m². Dos edifícios comerciais da capital do país, 54% são ocupados pelo governo. Pouco mais de 50% possuem ar condicionado central. Hoje, há 16 edifícios corporativos em oferta em Brasília.
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