FOLHA DE SP - 28/09
Com crise e controle cambial, Argentina envia menos turistas ao Brasil neste ano
Com controle de divisas e inflação oficial na casa dos 10%, apesar de economistas independentes dizerem que chega aos 20%, a Argentina não deve enviar tantos turistas para o Brasil neste verão.
Para segurar dólares no país e equilibrar as contas, o governo argentino proibiu a compra de moeda estrangeira com a finalidade de poupar. Quem quer ir ao exterior precisa comprovar a viagem com passagem e só pode adquirir a moeda do país de destino.
Em Florianópolis, cidade brasileira que mais recebe argentinos, estima-se que haverá uma queda de 50% no número de visitantes do país vizinho, segundo a Abih-SC (associação da indústria de hotéis de Santa Catarina).
"Neste mês, a taxa de reservas já caiu pela metade", diz o presidente da entidade, João Eduardo Moritz.
A Acif (associação comercial da cidade) planeja ações publicitárias reforçadas em Buenos Aires para tentar amenizar a situação.
Segundo destino mais procurado pelos argentinos, Foz do Iguaçu registra queda desde julho. "Foi uma redução brusca. Cerca de 40%", diz o presidente do Sindihotéis (sindicato hoteleiro da cidade), Carlos Antônio da Silva.
O Rio de Janeiro é a única cidade que não deve ser afetada, pois turistas de outros países substituem os argentinos. "Com o real mais fraco, os europeus estão retornando", diz o presidente do grupo BHG, Peter Vader.
De acordo com a Abih-RJ, Búzios deverá ser afetada.
TEMPORÁRIO
Os valores recolhidos para o pagamento de INSS no setor de trabalho temporário ficaram em aproximadamente R$ 1,99 bilhão em 2011, segundo pesquisa que será divulgada hoje pelo Sindeprestem e pela Asserttem (entidades do setor).
Na terceirização, o recolhimento foi de R$ 1,94 bilhão.
A prestação de serviços especializados e o trabalho temporário empregam no Brasil, juntos, mais de 2 milhões de trabalhadores formais, de acordo com o levantamento da entidade.
SOM NA CAIXA
Os valores movimentados em sonorização no comércio cresceram no Brasil nos últimos anos, segundo o Ecad (escritório de arrecadação e distribuição de direitos autorais).
A música reproduzida é cobrada por metro quadrado.
O grupo geral, que envolve de hotéis a lojas, arrecadou mais de R$ 150 milhões em 2011. O número sobe 11,5% neste ano.
No segmento que abrange as redes, como os grandes supermercados ou marcas como Boticário ou Ellus, o avanço é mais acentuado (18,7%).
"Músicas agitadas funcionam onde se quer circulação rápida dos clientes, como em fast-foods", diz Márcio Fernandes, do Ecad.
A trilha sonora é adequada ao perfil da marca. Na Ellus, "gira em torno do rock", diz Adriana Bozon, diretora da empresa.
O uso de um sistema integrado ajuda na padronização de franquias, segundo Lindolfo Leopoldo Martin, da rede Multicoisas. A empresa centralizou há dois anos.
Algumas redes optam por não pagar tais taxas pela execução de músicas. Isso é possível pelo pagamento a determinados artistas, fora da lista do Ecad. A europeia Jamendo, empresa de conteúdo musical livre na internet, fez parceria com a brasileira Instore, produtora de rádio e TV.
"O repertório é outro, mas o valor pode cair por meio desse licenciamento", diz Vladimir Batalha, da Instore.
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